Capítulo 2 - As quatro estações

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POR MAIS QUE QUISESSE NEGAR, aquele rapto fora o momento mais aventureiro que a princesa já presenciara em toda sua vida. Podia estar morta nesse exato momento? Podia sim, mas não  estava e sentia-se viva pela primeira vez. Estava além daquele reino e ansiava por mais dias aventureiros e estava certa que só uma pessoa poderia proporcionar estes almejados dias, Diana. E apesar da seriedade, grosseria e o orgulho da guerreira, ela havia salvado sua vida. "Será que ela quis me salvar ou só o fez pelo contrato com meu pai?" pensou. Não saberia a resposta, mas não ligava para ela agora, tudo que queria era sair dali. Estava em seus aposentos reunindo todos os mantimentos necessários para essa viagem e para as próximas. Sentia uma dor em seu peito, nunca ficou distante de seu pai e sua irmã mais nova. Mas estava tão entusiasmada com a ideia de fugir que quase esquecerá da dor de deixá-los. Alguém abrira a porta de seus aposentos, sua fuga terminaria assim, antes mesmo de ter iniciado? A expressão de espanto logo se dissipou dando lugar a um alívio. Era sua irmã mais nova, Íris, que havia entrado, trajando um vestido azul de seda entorno de um fio de ouro e um manto sem tingir por sobre os ombros, os braços eram cheios de pulseiras de ouro que adornavam seus braços, e suas orelhas com brincos, andava graciosamente como uma verdadeira rainha aproximando-se de Sapphire.

– Pretendes viajar irmã? - inquiriu Íris. - Para onde planeja ir?

– Íris minha doce irmã, planejo ir para além dessas muralhas e portões - respondeu Sapphire colocando o resto em sua bolsa de viagem. Íris olhou para ela sem entender. 

– E o que fará além das muralhas e portões? - disse. - Não já foi o suficiente o que passou por hoje irmã?

– Sei que não me entenderia, isso não me surpreende - respondeu -, mas Íris, a vida no castelo não é para mim. Não sou como você e o papai que conseguem viver nestas terras. Sinto-me como uma doninha encarcerada. Nunca sonhou conhecer além destas terras?

– E por quê deveria? Somos mulheres Sapphire, nosso dever é de aprender afiar, afazeres domésticos e quando casarmos esperar com um sorriso no rosto por nossos maridos e dar-lhes verdadeiros varões para sucederem o trono. Íris fez uma pausa para olhar para Sapphire: – O que mais você deseja além dessa vida minha irmã? Somos respeitadas e tratadas como deuses, lá fora nada será além de um rosto bonito e que os deuses a livre, vítima de mercenários como já fostes. Me admira ainda querer se aventurar por aí. 

Sapphire a interrompeu:

– Mesmo que seja vítima dos mercenários ou saqueadores e até mesmo de assassinos, ei de viver e conhecer além destas terras minha amada irmã. 

Íris suspirou. Era uma jovem alta - muito mais que Sapphire apesar da idade - aos poucos começava a transforma-se em mulher; tinha lindos cabelos abundantes e loiros como o de seu pai. 

                       Irís, 16 anos

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                       Irís, 16 anos.

Sapphire havia puxado a fisionomia e estatura da mãe. Mas Íris era uma versão masculina de seu pai com algumas sardas na pele que tratava rigorosamente, devia está sempre bela. Diferente de sua irmã, Íris, sonhava em conhecer logo seu futuro esposo e não via à hora de seu pai oferecer-lhe sua mão. Era ambiciosa, orgulhosa, gostava sempre das mais caras e belas joias do reino. Enquanto Sapphire lia os pergaminhos e adorava aprender com os filósofos do reino, Íris, aos treze anos era corteja da por jovens adolescentes e homens feitos. Podia ser realmente bela e deixar alguém impotente perante sua presença. Mas Sapphire despertava a beleza rara e hipnótica a todos ao seu redor, sua graça e inteligência a tornava uma mulher diferente a qual todos tinham prazer em conversar, não possuía amanta da futilidade como a maioria das mulheres da realeza.

As aventuras de DianaOnde histórias criam vida. Descubra agora