Capítulo 13 - Revelações

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Sapphire fala...

Lembro-me do meu último momento de liberdade ou devo dizer de prisioneira, afinal não era tão diferente da situação a qual me encontrava. Estava sendo como uma aia da princesa nobre, seguindo-a por todos os lugares. Íris provava um vestido atrás do outro, enquanto minha mente estava em outro lugar, em outra pessoa. Não acreditei que ela havia realmente partido sem mim e nem se desculpado pelo que me fez sentir. Diana era incompreensível e de certo não era familiarizada com situações amorosas. Eu estava admirando um belo vestido turquesa, era lindo, pensei em voltar com ele para mostrar para Diana, o que eu estava pensando? Depois de tudo que ela fez, eu queria seduzi-la? Minha cabeça e meu coração não estavam harmônicos naquela manhã. Mas um toque me despertou dos devaneios que tinha. Nutri a esperança de ser ela, voltando para me buscar e dizer que sentia muito, que não poderia continuar a viajar sem a minha presença, que sentia a minha falta como eu estava sentindo a dela. Pude notar as sombras daquela cabelo esbranquiçado dançando com o vento, era Diana, ela havia voltado por mim. Me virei com um sorriso enorme no rosto e aqueles olhos azuis não eram os da minha guerreira e sim de Valquíria que sorria de forma felina.


— Nunca em toda a minha vida, minha vítima sorriu tão amorosamente como você sorriu para mim. -debochava - Normalmente sou recebida com gritos, como: "ah, o demônio prateado;"; "alguém nos salve dessa sádica"; "Zeus, faça algo com esse demônio branco!" - ela comentava de forma sussurrada em meu ouvido, me fazendo virar o rosto.- Achou mesmo que eu fosse Diana? Que tolinha. - Sorriu - mas não se preocupe, não é a primeira vez que nos confundem, é um erro comum, mas eu sou a mais forte!

Eu nada respondi e ela prosseguiu, direcionando minha cabeça para um determinado ponto:


— Acho bom você vir comigo - eu neguei ferozmente, sabia lutar e conseguiria fugir dali com Íris, ela sorriu mais uma vez. Podia se parecer por fora com Diana, mas por dentro, eram pessoas totalmente diferentes.

- Sapphire, correto? Meus homens estão ao lado da sua irmã que mal sonha que há mais de vinte flechas apontadas para ela se você tentar alguma coisa. Antes mesmo de você pensar em fugir ela estará morta. Seria uma pena, perder uma criatura, hm... - ela demorou analisando Irís de costas e sussurrou - interessante. Então, venha comigo e sua irmã ficará a salva.

Fui levada a contra gosto por aquela mulher que emanava uma energia tão sinistra, opressora e sanguinária. Eles cobriram minha cabeça com um capuz e notei que não estava mais em Corinto, quando senti a mudança drástica de temperatura. Estava frio e eu começava a tremer com aquelas roupas leves. Nem um xale possuía para me proteger. Tiraram o capuz de meu rosto e me empurraram violentamente para uma masmorra. 


Havia cinco à oito pessoas feridas, estavam arfando e cansados. Pareciam ter saído de uma guerra lendária. Eu me aproximei deles tentando ajuda-los e um homem magro com cabelos sujos de algo que não pude deduzir o que era, disse para não tocar neles. Estavam melhor assim do que ficariam se recebesse cuidados, me informou. Não compreendi o que ele dizia. Como alguém estaria bem ferido do que se curando? Ele se apresentou à mim, parecia ser o único que pudesse andar e falar sem gemer lamúrias de dor.


— Sou Diomedes, fui feito prisioneiro pelo clã da Valquíria a dois dias.


— Sou Sapphire - disse retribuindo o aperto de mão.- Não há uma saída desse local?


— Está brincando? Mesmo que consiga escapar da masmorra, há cães lá fora e o chão é coberto por armadilhas, alguns soldados da própria Valquíria esquecem onde se localizam e são gravemente feridos. Aqui não existe saída, senão sendo morto. Você só entra e jamais saí.

As aventuras de DianaOnde histórias criam vida. Descubra agora