Capítulo 15 - MARCELO

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Eu não podia estar em lugar melhor, cercado pela minha família, rindo e comendo a comidinha da minha mãe. Aquilo era o Paraíso.

- Vamos para sala? - Minha mãe fala comigo e Marina. Nós nos levantamos e a sigamos, deixando Malu com meu irmão.

- Muito obrigada por me receber aqui Dona Cida - Marina agradece.

- Que isso minha filha, essa casa é sua, você é da família.

- Muito obrigada mesmo. – Com os olhos querendo encher de lagrimas, provavelmente pensando na bosta da família dela que a excluiu quando ficou grávida.

Minha mãe começa a falar sobre os preparativos para o Natal e logo vai emendando um assunto no outro, quando vou perceber ela já está falando sobre apresentar a cidade para Marina, é nessa hora que Claudio aparece.

- Está pronto? - Eu pergunto para ele, sem dar tempo dele saber sobre o que estávamos falando.

- Para que?

- Mostrar a cidade para Marina, é a primeira vez dela aqui.

Percebo que alguma coisa esta errada. Ele tinha saído feliz para acompanhar meu primo ate o carro e voltou com uma tristeza no olhar, tento pensar se aconteceu algo que o magoou, mas não me lembro de nada.

- Sim, Claro, a cidade é tão grande, que o risco dela se perder e enorme.

Eu reviro os olhos quando ele me responde, não pela resposta irônica dele, mas por saber que era uma tentativa de disfarçar.

Ele continua falando, brincando e disfarçando. Eu deixo por enquanto, sem perguntar qual é o problema, esperando o momento certo.

Logo vamos para rua e mostramos a cidade para Marina. Claudio estava certo, a cidade não apresenta risco nenhum da Marina se perder. Quando chegamos à praça, Marina leva nossa filha para o parque é eu aproveito para interrogar Claudio.

- Ta tudo bem?

- Claro. - ele diz monossilábico.

- você parecia estranho depois que saiu com o Hugo. - continuo, mostrando que não ficaria satisfeito apenas com um "claro".

- Eu só fiquei um pouco emotivo vendo a casa do meu pai. Você reparou? A casa foi pintada, ela ta sendo bem cuidada, está com mais vida, isso me deixou feliz e triste ao menos tempo.

Lógico caralho, como eu fui burro, em momento algum pensei sobre isso. Claudio passou sua vida mais na minha casa do que na dele, mesmo assim, a casa do outro lado da rua era a dele, é claro que ele iria se lembrar dos pais.

- eu nem reparei na casa, desculpa - Eu seguro sua mão, dando um aperto forte, não precisava dizer mais nada.

- Não tem problema, foi só aquele momento mesmo, eu to legal.

Ele olha para frente e eu sigo seu olhar, Malu descia o escorrega enquanto Marina a segurava. O sorriso no rosto naquela criança era a certeza que tudo estava bem, ao menos tudo o que realmente importava.

- Acho melhor ir ajudar Marina. Você deveria compra uma água para nossa sapeca.

- Verdade.

Eu vou em direção a uma lanchonete que fica de frente para praça, a lanchonete era nova, em algum momento desde que fui embora, alguém comprou o aviário que tinha ali e reformou, transformando num comercio mais jovem, atravesso a rua e peço a água.

- Você não é pequeno demais para ficar sozinho aqui? - eu pergunto para menino que me atendeu.

- Não, mamãe fala que eu já sou um rapazinho, mas ela esta lá trás, já ta vindo.

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