Capítulo 7

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- Estou ouvindo, pode falar. – Repeti curiosa.

- Então, o que você mais quer nesse mundo? – Ele perguntou entrelaçando os dedos e apoiando-os debaixo do queixo.

- Como assim? – Perguntei confusa.

- Você entendeu. O meu acordo é simples, eu te ajudo com o que você quiser e você me ajuda a recuperar tudo o que é meu. Então, o que mais quer? – Perguntou olhando bem no fundo dos meus olhos.

- Bem, eu não sei. Eu acho que não preciso de nada. – Falei sincera. Não aparece nada de imediato.

- Tem sempre alguma coisa, Lollita. – Falou perdendo a paciência aos poucos.

- Eu já disse que não preciso de nada. Você precisa encontrar outra pessoa para ajudá-lo. – Falei levantando.

- Sendo assim, tudo bem. – Falou mais calmo do que eu gostaria. – Ah, aqui está a sua conta. – Falou passando um recibo para mim.

- Como assim? Mas nós nem consumimos nada. – Perguntei vendo uma pequena quantidade de dinheiro. – Chá verde, croissants, melhor mesa, água oxigenada, sandes de atum, bolinhos secos... - O que é tudo isso?

- Esqueci de mencionar que passei por aqui um pouco antes de trazê-la. Precisei subornar algumas pessoas para me dizerem a morada de Esmeralda, eles estavam esfomeados, mas nada valeu a pena. – Falou levantando também.

- Eu não entendo, por que tenho que pagar por isso? – Balancei o recibo.

- Por quê? Deixe-me ver, talvez por eu não ter dinheiro o suficiente para poder comprar um pirulito sequer. – Falou enquanto mostrava a carteira vazia.

- Você está falido? – Perguntei surpresa.

- Falido é uma palavra muito forte, mas sim. – Falou baixo.

- Mas... como? Isso é impossível. Como gastou todo aquele dinheiro em dois meses? – Perguntei incrédula.

- Rubi, eu tinha dívidas pendentes e o meu apartamento custava o seu rim ao quadrado. – Falou, me encarando com certa impaciência.

- Liam, isso continua não fazendo sentido nenhum. – Falei sentando novamente – Sente. – Ordenei.

- O que não faz sentido para você? – Perguntou enquanto sentava.

- Por que tinha dívidas? Por que não mudou de apartamento? Onde está o seu carro? Por que abdicou dos seus direitos na empresa? por que mudou de ideia tão de repente? – Perguntei eufórica.

- São muitos porquês, temo não poder responder á tantas questões. – Falou despreocupado. – O facto é o seguinte, se não irá ajudar-me, não preciso dar satisfação de nada. Encontrarei outra forma de conseguir tudo de volta, Lollita.

Suas palavras ecoaram em minha mente, lembrando-me do quão sujo ele pode ser para conseguir o que quer. Talvez essa seja a oportunidade que a vida está me dando para descobrir tudo.

- Na verdade, há uma coisa. – Falei fazendo um som com a garganta.

- Do que está falando? – Perguntou interessado. – O que a doce Rubiolla mais quer nesse mundo?

- Eu quero saber mais sobre o meu passado. – Falei um pouco receosa.

- Qual passado, Rubi? – Perguntou confuso.

- A minha infância, a minha mãe, tudo sobre o meu passado é meio confusa. Não entendo como fiquei morando com vocês, não com um motivo plausível. – Suspirei.

- Eu tenho uma teoria, mas não acho que vá gostar. – Falou sorrindo.

- Se dizer que foi um plano dos meus pais para roubar o vosso dinheiro eu juro que acabo com você. – Falei séria.

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