𝐋𝐈𝐋𝐈𝐀𝐍;;harry potter

𝐏𝐚𝐫𝐭𝐞 𝐔𝐦;

Lilian Forbes.

Tudo aconteceu muito rapidamente. No dia 20 de Fevereiro de 1996 eu estava com meus pais, jogando uno na sala de jantar depois de nos entupirmos de pizza, e no outro, eu estava sentada em uma maldita sala de espera em um hospital. Lágrimas desciam pelo meu rosto, mas eu não me importava.

Julie e Eric, meus pais, haviam sofrido um grave acidente. Aparentemente meu pai, que estava dirigindo, perdeu o controle e bateu em uma árvore. 

Aquilo não entrava na minha cabeça de jeito nenhum. Desde que me conheço por gente, papai sempre fora um excelente motorista, chegara até a receber propostas para se tornar piloto de corrida. Negou todas elas. Alguma coisa muito errada estava acontecendo.

Pessoas que estavam por perto alegaram ver uma espécie de luz verde pouco tempo antes do acidente acontecer. Obviamente, eu associei aquilo à magia. Mas, seria quase impossível. Por que um bruxo ou bruxa se arriscaria tanto assim? Ainda mais no mundo dos trouxas? Uma enfermeira veio ao meu encontro. Ela segurava uma prancheta.

— A senhorita é a filha de Julie e Eric Forbes?

Confirmei com a cabeça. Depois que soube da notícia, as palavras pareciam ter sumido da minha boca.

— Eu sinto muito querida, eles não resistiram. Fizemos exames. Os dois sofreram algum tipo de ataque cardíaco. Não conseguimos lhe dizer como isso de fato aconteceu, mas, o que se sabe é que eles não morreram por conta do acidente de carro.

A enfermeira continuou falando, mas, eu não dei a mínima. Tudo o que consegui ouvir foi que eles haviam morrido. Meus pais estavam mortos.

Limpei as lágrimas e sai correndo dali. Não era possível, eu não conseguia acreditar. Cheguei no estacionamento do hospital. Estava muito mais deserto do que o normal. Sentei-me no meio fio e coloquei as mãos na cabeça. 

Mais uma vez, as lágrimas voltaram a descer. Eu não conseguia aguentar. Estava perdida. Perdi as pessoas mais importantes da minha vida. O que vou fazer? Eles me protegiam de tudo, me ensinavam, eram meu porto seguro e agora simplesmente foram embora. Fechei os olhos com força. Já estavam ardendo e provavelmente vermelhos. 

— Lilian?

Virei ao ouvir a voz doce. Caroline estava parada ali. Seus olhos também estavam molhados, ela se abraçava por conta do frio, mas, quando me virei, a irmã mais nova do meu pai abriu os braços e eu corri até ela, a abraçando.

— Tia, isso dói tanto. — Tentei me conter, porém, falhei miseravelmente. As lágrimas nunca paravam de descer.

— Eu sei meu amor.

Ficamos ali por não sei quanto tempo, o que eu sabia, era que eles não iriam voltar mais. Precisava aprender a lidar com a perda, com a dor, com o luto.