A vida Mia era uma droga, ou pelo menos, ela achava que era antes daquela fatídica manhã. Depois que um vírus se espalhou pela cidade, a fazendo fugir contra a própria vontade, ela se encontrou perdida em um jogo de sobrevivência inacabável.
"Cidad...
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Acordo percebendo que já estava de manhã. Ousaria dizer que o dia estava lindo, se não fosse por todas as outras merdas que estavam acontecendo. Depois que ouvimos o aviso na rádio, ficamos em um estado de depressão e estátua. Era até difícil saber com exatidão o que sentíamos.
Minha perna parecia bem melhor e menos inchada que na noite anterior. Yasmina tinha passado uma pomada, que deduzo ser a causa para o melhoramento tão ágil.
Sinto um cheiro de comida vindo de mais adentro e tento me levantar para conseguir checar o que era. Eu estou faminta e não recusaria um bom café da manhã, caso tenha algum. Caminho pelo corredor, mas logo meus passos vão cessando de acordo que me aproximava.
— Temos que ir Matt, esse sempre foi o plano, você sabe! — Escutei Yasmina dizendo. — Sabe que aqui não é seguro.
— Precisamos esperar mais uns dias, a perna dela precisa melhorar mais um pouco. — Arqueio uma das sobrancelhas, adentrando a cozinha, com sensação de incômodo.
— Por que precisamos ir? — Não queria dar uma de enxerida, porém eles mesmo me colocaram no assunto. — Achei que ficaríamos aqui, não era esse o plano?
— M, por que está andando? Não pode forçar a perna assim, ainda está muito recente. — Ele diz se aproximando, mas eu permaneço no mesmo lugar.
— Puta merda, não a trate como se fosse uma criança! — Yasmina diz parecendo levemente irritada, o que não é uma novidade. — Ele não te disse porra nenhuma, não é?
Ok, agora estou muito confusa...
— Diga a ela. — Yasmina ordena a ele.
— Não acho que seja um bom momen-
Ele começa responder, porém Yasmina o interrompe.
— Diga a ela a realidade desse mundo ou eu digo, Matt. — Arregalei um pouco os olhos, intercalando meu olhar entre as duas pessoas à minha frente.
— Certo, mas podemos pelo menos tomar café antes? — Solto o ar que estava prendendo e concordo vagamente. Eu estava morrendo de medo e acredito que minha expressão entregou isso.
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Assim que todo mundo se junta a mesa da cozinha e o Matt serve ovos com bacon nos pratos, eu percebo como meu estômago precisava ser alimentado. Eu nem mesmo sabia como meu corpo estava tão forte depois de passar horas sem comer nada e o ferimento recente também não ajudava.
Jasmim e Octavia comiam como nunca, enquanto Matt e Yasmina não diziam uma palavra. Eu estava com uma sensação ruim no peito e tentava ao máximo não pensar na conversa de mais cedo.
Depois que todos terminamos de comer e Matt juntou os pratos na pia, ele se voltou para nós com uma expressão de incômodo. Yasmina por sua vez, respirou bem fundo revirando os olhos e disse:
