Acordei sentindo minha cabeça ainda latejar um pouco. Me sentei no sofá, vendo minha mãe sentada na poltrona.Suspirei.
Quando me viu acordada, correu até mim, passando a mão em meu rosto, qual eu fiz questão de afastar. Olhei para frente, vendo a maluca que me sequestrou, ou Laurie.
Ela me olhava com preocupação. Eu não tenho total certeza de ser Laurie. Mas eu também não acredito que isso seja uma coincidência.
E eu ainda não acredito que minha mãe sabia de seu paradeiro e não me contou, mesmo vendo que eu estava extremamente abalada pelo seu sumiço.
Eu não quero ouvir ninguém. Ver ninguém.
Eu só quero ir para o 'meu' quarto e deitar naquela cama, olhar pro teto e chorar, gritar. Eu não sei!
ㅡ Billie, minha filha, nós podemos conversar? - neguei.
ㅡ Não, mãe! Só me diz uma coisa, é ela mesmo? - olhei para L, que abaixou a cabeça.
ㅡ É, mas... - a interrompi.
ㅡ Você me viu chorando, tendo crises, tudo por estar desesperada porque a minha namorada sumiu. E depois de quatro anos, quando ela me 'sequestra', você me fala. Você sabia onde ela estava esse tempo todo e não me contou? Mesmo depois de me ver sofrendo por estar longe da minha namorada? - minha voz já estava alterada. Vi L se aproximar.
ㅡ Billie... - tentou falar algo mas eu levantei a mão, a fazendo calar a boca.
ㅡ E você! Nenhuma mensagem. Nenhuma notícia. Nenhuma carta. Nem a porra de uma visitinha. Eu não precisava que você fosse até minha casa, você podia ter ido até a escola, só para falar um "oi". Só para eu te ver e saber que estava bem.
ㅡ Tínhamos uma acordo. Eu não podia simplesmente aparecer na sua frente e morrer!
ㅡ Que caralho de acordo é esse?
ㅡ Filha, calma.
ㅡ O que você ainda está fazendo aqui? Pode ir embora, eu não quero ver você. - levantei do sofá, sentindo minha visão escurecer por levantar rápido, mas logo voltou ao normal e eu fui até as escadas, mas antes de subir, eu a olhei. ㅡ Vai embora! Some, mãe! - subi as escadas correndo.
Entrei no quarto, batendo a porta e me jogando na cama, começando a encarar o teto.
Que porra eu estou fazendo?
Que porra de acordo é esse?
Por que eu ainda estou aqui?Poderiam ter pego a minha mãe logo, ela está lá embaixo.
Por que a deixaram ir?
Por que eu decidi ficar ao invés de ir embora?
Por que eu simplesmente, não fui?Por que?
Por que ela não me disse desse tal acordo antes de sumir? Eu iria entender!Por que isso só aconteceu depois de quatro anos?
Por que minha mãe nunca me disse sobre?
Será que eu não sou madura o bastante? Me acham imatura? Acham que eu não saberia lidar?Ok, no começo eu não saberia. Mas em algum momento eu iria parar para pensar e refletir!
Eu quero ela?
É mesmo ela? É impossível de acreditar! Eu não consigo!
Será que eu posso chamar ela aqui e a encher de soco? Não né, okSaí da minha linha de pensamentos, com a porta sendo aberta e L passar por ela.
A olhei de cima a abaixo e voltei a encarar o teto.
Não sabia que eu estava chorando até a sentir passar o dedo pela minha bochecha, enxugando uma lágrima.ㅡ Precisamos conversar, não acha? - sim.
ㅡ Não, não acho. - suspirou.
ㅡ Billie, nós precisamos conver... - a interrompi.
ㅡ Pode chamar a Claudia, por favor?
ㅡ Ok! - respirou fundo, se levantando e saindo do quarto.
Em alguns minutos, Claudia abriu a porta do quarto.
ㅡ Oi... - disse, fechando a porta e se sentando na cama. Fui para perto dela e me deitei em seu colo.
ㅡ Eu sinto falta dela.
ㅡ De quem, meu bem? - se ajeitou na cama, encostando as costas na parede. Me sentei em seu colo, pondo meu rosto em seu pescoço.
ㅡ Da Laurie. - suspirou.
ㅡ Eu sei, Bills. Uma hora ela vai aparecer.
ㅡ Ou ela já apareceu...
ㅡ Como assim?
ㅡ Minha mãe estava aqui, me contou.
ㅡ Ahn Billie, eu... - interrompi.
ㅡ Está tudo bem. Eu só não sei se é a minha Laurie. Ela parece tão mudada. Ela tem outro alguém?
ㅡ Laurie realmente mudou muito desde que foi obrigada a se afastar de você. Ela se fechou para tudo e todos. Eu sou a única com quem ela conversa quando está triste, feliz, com raiva, normal. Eu não te contei pois não sabia como iria reagir. Não sabia se ia querer beija-la ou simplesmente, a encher de socos. - eu ri.
ㅡ Sabe, eu só quero a minha Laurie. A Laurie que era grudada em mim, carinhosa, que passava o dia me enchendo de beijos. Eu sinto saudade disso! Ela desistiu de mim?
ㅡ Não! Laurie nunca desistiu de você! Ela te vigiou todos esse anos. Ela te protegeu todos esses anos. Mesmo longe, ela estava perto. Laurie te ama! Quando Finneas vinha para cá e Laurie se trancava no quarto para que ele não a visse, ela chorava. Chorava de soluçar, ela escutava ele falar de você. Ela escutou tudo. Sempre.
ㅡ Por que teve que ser assim, Clau? Elas não podiam conversar? Pensar em mim, uma única vez?
ㅡ Ela pensou, Bills. Eu te juro que ela pensou. Quer que eu a chame? - neguei.
ㅡ Não! Ela quer conversar e eu não quero.
Após isso, nós apenas ficamos em silêncio.
Suas mãos passavam pelas minhas costas, na intenção de fazer um carinho e me acalmar.Eu chorava com o rosto na curvatura de seu pescoço. A única vontade que eu tinha, era de chorar. Ou gritar com Laurie, mas eu preferi apenas chorar e abraçar Claudia.
Claudia e meu irmão são meu porto seguro. Posso contar tudo a eles.
Eles são meu diário. Eles são as pessoas que eu mais confio nessa vida. As pessoas que eu confio até de olhos fechados.A porta do quarto foi aberta e não me esforcei em ver quem era.
Escutei Claudia fazendo "Shh" para a pessoa e voltar a passar as mãos em minhas costas.
Logo, eu senti uma mão em meu cabelo, me fazendo cafuné. Pelo perfume, eu sabia que era ela.
ㅡ Ela ainda tem o perfume que você ama. - Claudia sussurrou.
Isso me fez sorrir. Ela ainda tem o perfume que usava no sétimo ano. O melhor perfume de todos! Meu perfume preferido!
É ela mesmo.
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Beijos e não se matem quando a bomba vir à tona.Vão tomar banho!!
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𝐈𝐋𝐋𝐄𝐆𝐀𝐋 || 𝐛.𝐞
FanfictionBillie vivia uma vida normal até ser sequestrada pelos capangas de Laurie Maverick. A vida da menina, mudou drasticamente. Billie não sabia que sua "ex" namorada era a capô da máfia. Laurie Maverick, dona da máfia mais perigosa do país. Por incrív...