Chapter four

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   Exatos vinte dias em que eu estou aqui. Minha mãe não veio mais e pelo o que Claudia vêm me dizendo, ela nem ligou para saber. Absolutamente nada.

   Eu estou há três dias sem ingerir qualquer tipo de comida. Claudia disse que não tem permissão de me trazer nada, se não for água.

   Soube também, que no dia em que minha mãe veio aqui, ela não veio quitar a dívida e me buscar. Ela veio me trazer roupas.

   Eu realmente não faço falta alguma?

   Isso me abalou bastante. Uns dois dias depois que minha mãe veio aqui, invadiram a casa e foram tiros para todos os lados. Quando eu digo todos, eu não estou exagerando.

FLASHBACK ON

   Acordei com barulhos extremamente altos. Pareciam de tiro.

   Não tive muito tempo para pensar, pois L entrou desesperada no "meu" quarto. Correndo até mim, ela passou a mão pelo meu rosto, deixando um beijo em minha testa. Eu ainda estava sonolenta, então demorei para processar o que acontecia.

   Me desesperei ao ver seu rosto sangrando. Me sentei na cama rapidamente, começando a analisar a mulher em minha frente.

   Ela usava um top esportivo na cor branca, que agora, tinha manchas vermelhas. Uma calça moletom preta e seu rosto parecia inchado, como se tivesse acordado quase agora.

   A arma em sua mão, fez com que eu assimilasse os barulhos de tiro, as manchas vermelhas em seu top e sua testa sangrando.

   Levantei rápido, pegando a chave que estava em sua outra mão. Suspeitando ser da porta do quarto, eu a encaixei na fechadura, tentando girar a chave. Bom, minha suspeita estava certa. Era a chave da porta.

   Puxei L até minha cama, para que eu pudesse ver o machucado em sua testa. Não parecia fundo, estava bem arranhado.

ㅡ Como fez isso? - perguntei.

ㅡ Invadiram a casa e bom, eu precisava proteger você. Não vieram na intenção de te salvar e sim, de te matar. - enquanto a mesma falava, eu analisava o machucado em sua testa. ㅡ Bateram com o cano da arma na minha testa. Por sorte, meus homens mataram os caras.

ㅡ Misericórdia, aguarda um pouquinho. - fui até o banheiro que havia no quarto, abrindo o armário da pia, tirando dali, uma caixa de primeiros socorros. Não sei porquê está ali, mas pelo o que eu sei, tem em todos os banheiros da casa.
  
   Voltei ao quarto, indo até a cama e abrindo a maleta.
   Tirei dali algumas gases, algodão, soro e band-aid.

   Usei o algodão para tirar um pouco do sangue que escorria.
   Pegando a gase, pus um pouco de soro na mesma, passando pelo machucado com cuidado. As expressões de dor que L fazia, estavam me deixam trêmula pelo nervosismo.
   Peguei mais um pouco de gase, dobrando em dois, pondo em cima do machucado e pondo o band-aid por cima, para segurar a gase no lugar.

ㅡ Pronto.

ㅡ Obrigada!

ㅡ Os caras foram? - perguntei. EU queria ter algum assunto para prende-la aqui no quarto.

   Não sei porquê, mas eu queria que ela ficasse.

ㅡ Já. Na verdade, mataram todos.

Oh isso explica o sangue - apontei para o top. ㅡ A arma na sua mão e os barulhos de tiro.

ㅡ É. Billie, a gente pode conversar sobre...aquele dia que sua mãe veio aqui?

ㅡ L, eu prefiro que não. Pelo menos, não agora.

ㅡ Ah tudo bem!

FLASHBACK OFF

   Até hoje, não conversamos sobre aquele dia. Sempre que ela tenta, eu não deixo.

   Nesses dias que eu estou aqui, nunca passei tanta fome. Minha barriga ronca como se tivesse um monstro nela. Às vezes, me pego conversando com ela.

   "Calma, em algum momento vão nos dar comida."
   "Cala a boca."

   A verdade é que eu não sei quando, finalmente, vão me deixar comer. Parece um eternidade.

   L não vem mais ao meu quarto, nem para me dar bom dia. Ela fazia isso antes!

   Saí dos meus pensamentos com a porta sendo aberta e Claudia passar por ela sorrindo e com mais uma garrafa enorme de água.

ㅡ Eu tenho uma notícia boa!

ㅡ Vou embora? - seu sorriso desmanchou.

ㅡ Não...mas a notícia boa é que, Laurie chega da Itália hoje!

ㅡ Ela não está aqui?

ㅡ Não! Ela foi para a Itália resolver umas coisas, não te contei? - neguei. ㅡ Oh eu jurei que tinha contado, desculpa.

ㅡ Então se a ordem não é dela, por quê eu não estou comendo?

ㅡ Alex está no comando, já que ela L não está aqui.

ㅡ Aquele velho desgraçado. - Me joguei para atrás, fazendo minhas costas colidirem com a cama. ㅡ Ele nunca gostou de mim. Porra, eu não tenho culpa de ser filha de Maggie!

ㅡ Por que vocês se odeiam? - perguntou se sentando ao meu lado.

ㅡ Ele me odeia porque eu namorei Laurie! Laurie descobriu que sente atração por meninas, quando começou a gosta de mim. E aí, ele disse que meu "espírito da homossexualidade" - fiz aspas com os dedos. ㅡ Possuiu ela! - Claudia gargalhou, jogando seu corpo para atrás, ficando deitada ao meu lado.

ㅡ Ele não bate muito bem mesmo! Mas enfim, ela já deve estar chegando! E me pediu para mandar você ficar lá embaixo, na sala. Porque ela quer te ver. Ela sabe que Alex não gosta de você?

ㅡ Sabe!

ㅡ Por isso, ela quer te ver. Entendi! Ela quer te ver pra saber se está alimentada. Vou ligar para ela e assim que ela estiver chegando, venho te buscar! - concordei e ela saiu do quarto, trancando a porta.

   Peguei uma das garrafas d'água que Clau trouxe, dando um gole grande. Estou com sede!

   Passei o dia deitada na cama. Claudia veio quase agora para avisar que ela estava chegando. Fui tomar um banho e por uma roupa apresentável.

   Eu não devia! Mas também, não quero que pareça que Alex me deixou três dias sem comer! Mesmo que ela vá descobrir, mas algo me diz que Alex vai mentir e muito bem.

   Estava penteando o cabelo, quando Sulewski estou no quarto para me buscar.

   Com ela me apressando, terminei de ajeitar o cabelo e saí do quarto, descendo aquelas escadas enormes.

𝐈𝐋𝐋𝐄𝐆𝐀𝐋 || 𝐛.𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora