𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟎𝟓

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Não tenho tempo de checar como ela esta, por causa do grito anterior todos os zumbis daquele andar correram em nossa direção. Caminho de costas, mas logo sinto que toquei a parede, não tinha jeito de fugir dali, teríamos que ter um mano a mano. O problema é que o zumbis não entendem o que era um mano a mano e vieram dezenas para me atacarem de uma vez só.

Chuto o que estava mais perto de mim, e ele sai rolando escada a baixo. Menos um. Enfio o meu bastão no olho de outro, tento puxar de volta mas não funciona, o bastão ficou preso no rosto dele. Sou pega de surpresa com um se jogando e não aguento o peso dele, caio no chão batendo a cabeça no corrimão grudado com a parede. Meus ouvidos começam a zumbir, seguro a garota que tentava me morder, logo vou perdendo as forças, ela era bem mais forte.

- Merda, Mi-Joo! - a garota que antes estava quase me mordendo é jogada pela janela. Chae-soo a pegou pelas roupas a força. Nossa, badminton faz isso com as pessoas? Se eu soubesse já teria praticado desde nova. - Levanta logo, eles estão vindo de todas as partes. Vamos, Sun-Young.

Sun-Young usava a muleta para afastar o zumbis que chegavam perto de nós. O braço dela estava manchado de sangue, com tudo, ela continuava a bater em zumbis como se não tivesse nada de errado com ele. Como caral**s essa menina fazia isso? Volto a prestar atenção no que acontece em minha volta, por sorte o zumbi que estava com o meu bastão, ainda tava perto.

Seguro o bastão e jogo ele para o lado da janela, o corpo é arremessado, seguro firme o bastão e o resto foi trabalho da gravidade. O corpo caiu, meu bastão ficou.

- Vamos descer - chamo, seguindo em frente. Chae-Soo que segurava um extintor seguia bem atrás de mim, logo depois Sun-Young que cuidava do zumbis que nos seguiam.

O segundo andar estava vazio comparado ao terceiro e quarto, então só seguimos em frente e lidamos com os mortos vivos que vinham por trás.

- Chae-Soo, vai na frente e bate na porta, a professora ainda deve estar lá - o garoto mexeu a cabeça em concordância e correu mancando até a porta da sala de transmissão. Eu e Sun-Young batiamos em vários deles, que caiam, e se levantavam, caiam e se levantavam. Se continuassem assim não aguentariamos por muito tempo.

- Eles não querem abrir - gritou Chae-Soo desesperado. - Nenhum de nós foi mordido, abram logo! - A porta se abriu dez segundos depois. - Obrigada professora. Mi-joo! Sun-Young! Vem logo!

- Vai você primeiro, te dou cobertura - mando chutando um dos zumbis que tentou segurar meu braço. Sun-Young concordou e correu em direção a sala. Agora era minha vez. Um último golpe e corro. Ouço passos me seguindo de perto e não ouso olhar para trás, entro dentro da sala, a porta é fechada.

- Mi-Joo!

- Sra. Park, estou atrasada de novo, desculpa - brinco, ela me ajuda a levantar e me abraça.

- O que vocês fizeram? E se eles estiverem mordidos igual ao professor? Eu falei para não deixarem eles entrarem! - Reconheço essa voz sofrida. Na-yeon.

Ignoro a garota e olho para todos na sala. Tinha muitos alunos, todos da minha sala. On-jo, Cheong-san, Su-Hyeok, Dae-su, mas não quem eu procurava.

- O Gyeong-su. Vocês viram ele? - Pergunto ainda procurando pelo garoto, ninguém me responde, só me olham desconfiados.

- É esse menino aqui? - Chae-Soo aponta para o estúdio ao lado, pelo vidro conseguíamos ver o garoto mexendo nas próprias mãos entediado, ele estava de costas para o vidro, parece que não ouviu nada que aconteceu.

- Gyeong-su! - Chamo e ele nem se mexeu. - Ei, Gyeong-su!

- Ele não consegue te ouvir daqui - finalmente fala Cheong-san. - Só se você entrar ele te ouve.

Concordo e vou em direção a porta, mas antes que eu consiga abrir alguém segura meu braço.

- Ninguém vai fazer nada? - Na-yeon diz, era ela que segurava meu braço. - E se eles infectados? O que vamos fazer se eles se transformarem aqui dentro? Olha a perna dele, e se aquilo for uma mordida? E o braço dela com sangue. Só eu penso na nossa segurança?

- O que você quer? Quer que tiremos a roupa para te provar que não temos mordida? É o que todos vocês querem? - Olho para cada rosto na sala, ninguém se pronunciou, a professora me olha. Não posso culpar eles por estarem desconfiados, porém não deveríamos ser tratados com a grosseria da Na-yeon. - Se isso é para provar que estamos limpo, tudo bem.

Começo a tirar primeiro as ataduras que estavam no meu braço, o calor que eu sentia abaixou um pouco. Seguindo a minha liderança. Chae-Soo e Sun-Young também tiravam.

- Não sabia que sua sala era tão animada assim - murmurou Chae-Soo tirando sua camisa. Olho para Sun-Young para confirmar que o braço dela estava bem. - Consegui parar ele no último minuto, ele só arranhou um pouco e raspou de leve os dentes no tecido - sussurrou só para eu ouvir.

- A meia, tira a meia para todos verem seu braço! - diz Na-yeon. Não é que eu tivesse medo de estar mordida, só que... Droga, eles veriam minha cicatriz.

- Tudo bem, acho que não precisa mostrar mais nada - interrompe a Sra. Park quando Sun-Young estava prestes a tirar a sua blusa. - Só levantem um pouco as calças para termos certeza.

Concordo suspirando de alívio, e levantando a calça desproporcional ao meu corpo.

- Por que ele esta ali sozinho? - Pergunto para ninguém em específico.

- A Na-yeon estava desconfiada que ele poderia virar um deles, por causa do arranhado - diz On-jo. Encaro a garota de cardigan rosa confusa. Um arranhado? Até eu tinha sido arranhada, pior ainda, o sangue de um deles caiu perto do meu olho, e eu ainda estava bem, bem na medida do possível, pelo menos.

- A quanto tempo ele está ali?

- A meia hora - responde Cheong-san. - Eu e a professora já tentamos tirar ele de lá e nada. Estávamos falando para a Na-yeon entrar lá, se desculpar com ele, e vocês entraram bem na hora.

- Bom, então não vamos atrapalhar mais o que vocês queriam fazer. Sentaremos lá no fundo e você fica a vontade para se desculpar - fala Chae-Soo, sendo ajudado por Sun-Young para se sentar em uma das cadeiras, ao lado da presidente. Me lembro que ele estava machucado e mesmo assim correu, brigou e chutou zumbis, desse jeito o machucado dele pioraria. - Eai gatinha, vem sempre aqui? - Pisca para presidente que encara ele séria. Ainda tinha forças para fazer piadinhas, é, ele estava bem.

Nesse meio tempo, todos insistiam para Na-yeon entrar e se desculpar. A garota concordou, entrando na salinha com a mão no bolso da saia. Franzo a sobrancelha confusa, ela estava agindo de forma estranha.

- Eles tão conversando - diz Dae-su. Todos estávamos olhando atentamente eles. - Parece bom. Ela pegou a mão dele - o garoto escondeu o rosto fingindo estar envergonhado. - Meu Deus.

- Ela é direta.

Na-yeon se aproximou cada vez mais de Gyeong-su e segurou a mão dele. Espera? Ela não ia se declarar na frente de todos, né?

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Sim, nossa Sun-Young está viva, sorte a dela.


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02/02

𝗨𝗡𝗟𝗨𝗖𝗞𝗬 𝗗𝗔𝗬 ― all of us are deadOnde histórias criam vida. Descubra agora