🔹 Prólogo 🔹

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Ann Mi-Suk

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Ann Mi-Suk

Desde que me lembro, sonho com a liberdade. Durante toda minha vida, cresci sob o olhar atento do meu pai, o temido Yeong-gi, um homem frio e incapaz de demonstrar qualquer sentimento para com outro semelhante, até mesmo com a esposa e a própria filha. Meu único alento era minha mãe, que mesmo oprimida dentro da própria casa, fazia de tudo para eu me sentir bem e amada. Uma mulher de coração nobre e linda assim como o significado do seu nome: Areum.

Meus estudos eram feitos através de tutores que vinham até nossa residência, pois segundo meu pai, sendo eu filha de quem era, seria muito perigoso me expor, eu sabia a que ele se referia, desde muito jovem entendia que ele tinha negócios escusos, ligados a organizações criminosas de nosso país de origem, a movimentação de pessoas que faziam parte de seus negócios era grande na casa e na maioria das vezes, eu tinha que ficar trancada no quarto, em outras, eu me fazia invisível e acabava escutando algumas coisas. Sempre que eu fazia perguntas a minha mãe, ela dizia que era melhor eu não saber de certas coisas, mas eu sabia e Hyun também me contava.

A mim era proibido sair e viver uma vida normal como qualquer pessoa. Por esse motivo não tinha amigos e muito menos convívio com outras pessoas que não fizessem parte do circulo familiar ou que frequentassem a casa.

Talvez tenha sido por isso que me apeguei tanto ao Hyun, meu único amigo, ele é filho do conselheiro de papai e vem bastante em nossa casa. Sempre nos encontrávamos para conversar em algum lugar longe dos olhares curiosos, que fatalmente diriam ao meu pai sobre nossa amizade. Eu tinha medo que papai fizesse algum mal a ele ou que nos afastasse de vez.

Fui criada para ser a esposa perfeita, submissa e atender todos os desejos do marido. Assim como minha mãe.

Os casamentos no meio em que vivo, são para algum fim vantajoso para as famílias e deve durar a vida toda ou até que um dos dois morra. O que geralmente acontece com as esposas, que de um dia para o outro, somem misteriosamente. Percebi isso quando elas deixavam de comparecer aos jantares que eram oferecidos e outras apareciam em seus lugares. Certa vez cheguei a perguntar a minha mãe e ela respondeu que para o meu bem, eu não deveria perguntar certas coisas.

Quando atingi certa idade, meu pai me chamou ao seu escritório e disse que a partir daquele momento eu deveria me afastar do Hyun, foi um choque descobrir que ele sabia de nossa amizade todo o tempo. Ele disse que eu deveria focar nas aulas que teria, pois dentro de alguns anos me casaria.

De nada adiantou me rebelar contra aquele destino, chorei, gritei e implorei para que ele não me obrigasse a casar com um estranho. Pensei muitas vezes em fugir, mas sei que papai me caçaria como a um animal e seria muito pior, além de quê, eu não tinha com quem contar para tal feito, qualquer um que me ajudasse, sofreria com a ira de papai, o jeito foi deixar os anos se passarem e aceitar o que estava reservado para mim.

Um homem que jamais encontrara pessoalmente. Estremeci involuntariamente.

Dever e obediência faziam parte da minha vida, nada mudaria – eu tentava me convencer.

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