— Então... Ele foi embora?
— Ele parece estar aqui? — retruquei ríspida sentando-me ao seu lado na calçada. — Mas não dói mais...
— Mesmo?
— Não, mas eu não quero aturar mais mentiras, então espero que ele se afogue na boca dessa aí.
— Ah, eu duvido — ele riu descansando os braços cruzados sobre os joelhos.
— Pois não duvide, eu me livrei disso, ou pelo menos estou tentando — dei de ombros ao finalizar a frase.
— Quanto tempo faz?
— Uns 3 meses... Eu acho.
— Olha só, temos um novo recorde — anunciou sarcástico, e eu desejava bater sua maldita cabeça na guia da calçada, mas meu réu primário não valia tão pouco. — E agora, o que você vai fazer?
— O que você acha?
— Se afogar em mais uma história vazia porque você é ingênua demais para separar amor de simpatia?
— Sim, mas tirando a parte da ingenuidade.
— Será?
— Vamos fingir que eu só sou autodestrutiva mesmo. E de qualquer forma, vai mudar algo ser ingenuidade ou autodestruição? O resultado é sempre o mesmo.
— Você vir chorar pra mim?
— E falar que quero morrer.
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Casualità fumosa
De TodoDiálogos desconexos entre dois desiludidos anônimos. [publicada no Spirit Fanfics por @nappeunkwon]