Ingenuità e autodistruzione (03/02/2022)

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— Então... Ele foi embora?

— Ele parece estar aqui? — retruquei ríspida sentando-me ao seu lado na calçada. — Mas não dói mais...

— Mesmo?

— Não, mas eu não quero aturar mais mentiras, então espero que ele se afogue na boca dessa aí.

— Ah, eu duvido — ele riu descansando os braços cruzados sobre os joelhos.

— Pois não duvide, eu me livrei disso, ou pelo menos estou tentando — dei de ombros ao finalizar a frase.

— Quanto tempo faz?

— Uns 3 meses... Eu acho.

— Olha só, temos um novo recorde — anunciou sarcástico, e eu desejava bater sua maldita cabeça na guia da calçada, mas meu réu primário não valia tão pouco. — E agora, o que você vai fazer?

— O que você acha?

— Se afogar em mais uma história vazia porque você é ingênua demais para separar amor de simpatia?

— Sim, mas tirando a parte da ingenuidade.

— Será?

— Vamos fingir que eu só sou autodestrutiva mesmo. E de qualquer forma, vai mudar algo ser ingenuidade ou autodestruição? O resultado é sempre o mesmo.

— Você vir chorar pra mim?

— E falar que quero morrer.

Casualità fumosaOnde histórias criam vida. Descubra agora