— Eu sou uma otária...
— Você é mesmo.
— Igualmente — falei ao abaixar a cabeça deixando que meu cabelo cobrisse qualquer visão que ele pudesse ter da tragédia que era meu rosto no momento.
— Ele de novo, né?
— Sempre ele... Me arruma um cigarro?
— Não — respondeu apagando o seu próprio na calçada. — Eu preciso de você quando eu for me tratar de um possível câncer pulmonar.
— Você é ridículo... — murmurei, mesmo sem pensar que ridícula mesmo era a situação na qual eu mesma me encontrava.
— Ridículo é ignorar seus próprios conceitos, você não pode fumar porque "cigarro mata", segundo você mesma.
— Eu só quero morrer agora...
— Morrer por amor é tragicamente romântico, porém completamente idiota, não vale a pena...
— Teoricamente funcionou com Romeu e Julieta...
— Só que o seu amado, em vez de morrer junto com você, vai pegar mais uma vadia. Romantismo não existe e você sabe bem disso.
— Eu te odeio...
— Você só odeia a verdade.
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Casualità fumosa
AcakDiálogos desconexos entre dois desiludidos anônimos. [publicada no Spirit Fanfics por @nappeunkwon]