*Capítulo 5*

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Lívia

Sai do hospital era umas quatro da manhã já. Eliza chegou com uma cara péssima e eu resolvi nem perguntar, sei que ela uma hora iria falar o que tinha acontecido.

Cheguei no morro já estava clareando o dia, passei na padaria e comprei pão. Fui subindo até minha casa e já entrei trancando a porta.

Entrei no corredor do meu quarto e joguei as coisas em cima da cama, peguei uma roupa qualquer e fui tomar banho. Sai e me joguei na cama colocando meu telefone para despertar dez e meia para ir trabalhar.

Acordei desesperada pensando que eu já tinha perdido a hora, mas ainda era Oito e meia. Levantei com ódio no coração por ter perdido o sono antes do horário de levantar. Mas aproveitei que já estava acordada, e fui me arrumar pra pagar o Barão os aluguéis atrasados e o desse mês.

Como eu estava indo ajudar a Eliza no hospital, eu acabava perdendo o horário de trabalhar, e sem trabalhar eu não tinha dinheiro pra pagar o aluguel. Então tô com o aluguel do mês passado e o desse mês pra pagar. A minha sorte, é que o Barão não pega muito no meu pé sobre isso.

Terminei de me arrumar e fui comer o pão que comprei mais cedo, peguei o dinheiro do aluguel e fui subindo o morro até a boca central, que era onde o Barão costumava ficar.

PT: Tá fazendo o que aqui? Mete o pé, feia. - Revirei os olhos e dei dedo pra ele. - Vou quebrar esse seu dedo se ficar de gracinha.

Lívia: Vai se foder PT. Barão tá aonde? Preciso resolver um bagulho com ele.

PT: Ta na sala do patrão, ele só fica lá agora. - Falou fazendo uma careta e eu ri da cara dele.

Lívia: Fica nessa, daqui a pouco vai morrer ai.

Entrei na boca vendo os meninos de sempre ali, e alguns deveriam ser novos no negócio, porque não conhecia.

Bati na porta e escutei um “Entra”. Abri vendo o Barão mexendo em uns papéis e falando no telefone. Parecia até empresário no bagulho, gente.

Ele olhou pra mim e fez sinal pra eu fechar a porta e sentar no sofá. Fiz o que ele falou e fiquei escutando o que ele tava falando.

Lívia: Muita coisa pra resolver? - Falei assim que ele desligou.

Barão: Te interessa não, garota. O que você quer?

Lívia: Ih só queria saber se eu podia ajudar, anta. - Revirei os olhos. - Vim pagar o aluguel. - Joguei o pacotinho que tava com o dinheiro que juntei na mesa dele.

Barão: Você até pode ajudar sim. - Falou me olhando de cima a baixo e eu fiz careta. - Tu faria visita íntima? O cara tá oferecendo uma grana boa.

Lívia: Tá me achando com cara de que? Não aceito não. - Parei pra pensar em quem aceitaria. - Quanto de dinheiro estamos falando? Acho que tenho uma pessoa que pode te ajudar.

Barão: Cinco mil.

Lívia: Vinte mil.

Barão: Tá gastando? Que buceta é essa que vale vinte mil?

Lívia: A pessoa que eu to pensando vai aceitar. Mas não se for tão pouco dinheiro assim.

Barão: No máximo quinze mil, parceira.

Lívia: Tá bom, quinze mil. Vou conversar com a pessoa direitinho, e te passo as coisas caso ela aceite.

Barão: Se você arrumar essa pessoa vai ta me ajudando muito na parada.

Lívia: Eu quero três meses sem pagar aluguel.

Barão: Tu tá muito mandada, isso sim.

Lívia: Coé, eu mereço. Só eu que vou ficar sem ganhar nada nesse rolo? - Ele riu negando com a cabeça.

Barão: Se a pessoa que você arrumar aceitar. A gente conversa sobre isso aí.

Falei mais alguns bagulhos com ele e sai dali. Fiquei pensando se a Eliza fosse mesmo aceitar fazer a visita.

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Mercenária [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora