Na manhã seguinte Vi foi ao trabalho, já eu iria de tarde. Estava com vergonha de ter dormido com minha amiga que mal conhecia e ter dormido também com meu ex-marido.
Não sabia como encararia Viviane naquele dia ou nos próximos, pois tudo estava tão confuso para mim que apenas queria ficar debaixo das cobertas me escondendo do mundo, mas fui tirada da cama por alguém tocando minha campainha. Senti vontade de assassinar o infeliz que ousou me fazer levantar.
Abri a porta com uma cara amarrada, mas ao ver Domenico me espantei. De todas as pessoas que imaginaria naquele horário, certamente ele era alguém que não esperava:
- Bom dia, minha princesa.
Seu sorriso mexia comigo.
Ele estava com seus cachos bem ajeitados pelo gel, havia aparado o cavanhaque, usava um terno preto e gravata cinza. Segurava um lindo buquê de flores do campo que lembrava o que segurei no dia do nosso casamento:
- Bom dia, Dome.- Dei espaço ao mais velho- Entre, por favor.
Pedi, entrou. Pousou as flores sobre a mesinha de centro, me segurou pela lombar acariciando meu rosto:
- Aceita irmos tomar café da manhã em algum lugar?
Assenti ainda hipnotizada por seus olhos tão doces. Quando seus lábios tocaram os meus, ao invés de sentir as borboletas no estômago, apenas quis pará-lo, mas não o parei. Apenas me permiti ser beijada por ele, piorando a confusão mental que já havia em mim:
- Só vou me trocar, okay?
Disse. Concordou ficando na sala enquanto ia ao quarto me trocar. Vesti um cropped manga 3/4 listrada preto e branco, shorts e tênis. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo.
Ao voltar para a sala, Domenico se levantou com seu olhar cheio de luxúria sobre mim, abaixei a cabeça. O homem se aproximou, soltou meu cabelo, o olhei confusa:
- Fica muito mais linda assim.
Sorri de canto de boca. Como dizer não àquele homem?
Me ofereceu seu braço, me segurei nele. Fomos até seu carro, abriu a porta para mim:
- Obrigada.
Seu sorriso ao dizer "de nada" espantava minhas incertezas. Eu era hétero e amava Domenico.
O que eu havia vivido na noite anterior com Viviane foi apenas uma carência misturada com tesão acumulado por meses, mas quem eu gostava e amava era Domenico Santoro.
Ao chegarmos no Copacabana Palace, pegamos uma mesa, sorri:
- Você se lembra? Foi aqui que nos conhecemos, Lice.
Sua mão estava sobre a mesa, a segurei. Seu olhar apaixonado estava novamente ali:
- Sim, me lembro, Dome.
Beijou as costas da minha mão, sorri emocionada. Estava recomeçando com ele, porém daquela vez faríamos tudo certo:
- Estou apaixonado por você, Alice. Por isso te trouxe para tomar café-da-manhã justamente aonde nossa história começou. Porque quero celebrar o recomeço com a menina mais incrível que já conheci na minha vida.
Ele me amava! Ele finalmente havia me dito que estava apaixonado por mim.
Me dobrei sobre a mesa para beijá-lo:
- Eu te amo, Domenico!
Falei com um sorriso gigante em minha boca:
- Também, Alice... Demais.
Comemos enquanto conversávamos, ríamos, então ao olhá-lo, pude ver um brilho que não via desde nossa lua de mel.
Pagou a refeição, voltamos ao carro, me levou até o trabalho. Nos despedimos com um beijo rápido.
Tudo na minha vida voltava à fazer sentido.
Entrei, deixei minhas coisas na minha sala, ia em passos largos animados ao estúdio para ajudar o pessoal montar o cenário para a Bruna, quando a vi.
Conversava animadamente com Navarro e Samanta, então meus pensamentos julgadores sobre nossa noite juntas voltou. Passei discretamente para não ser notada por ela.
Minha vergonha me fazia sentir-me como uma imunda. Um embrulho se formou no meu estômago, queria vomitar.
Estava confusa novamente e nervosa.
Ao entrar no estúdio da Bruna, não havia ninguém ali ainda, então me pus a chorar.
Sentei no chão. Segurava os soluços mordendo os lábios com força. Eu era uma imunda.
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Fifty Shades of Red
FanficAlice Victoria Scorletti Santos é uma mulher de vinte e três anos divorciada com o coração partido pelo seu ex-companheiro, Domenico Santoro Mateazzo. Ela trabalha na empresa de audiovisual, Play9, quando conhece Viviane Marchetti. Uma mulher de cab...