Capítulo 14

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Minha ansiedade me consumia. Não conseguia dormir pensando em Domenicos; Vivianes e Navarros. Eu estava implodindo minha vida com uma velocidade que nunca imaginei ser possível.
Havia perdido a amizade da Vi; perderia a amizade do André e, se Domenico sonhasse que fiquei com outras pessoas, principalmente uma mulher, o perderia novamente.
Rolava pela cama tentando dormir, mas meu cérebro me corroía como ácido. Bufei irritada:
- Saco.
Fui até meu guarda-roupa, peguei o remédio para dormir, o tomei. Deitei na cama novamente, fechei os olhos esperando o efeito do remédio.

Acordei com meu despertador tocando ao meu lado, sentei na cama

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Acordei com meu despertador tocando ao meu lado, sentei na cama. Desliguei o celular, então aos poucos meu cérebro foi trazendo todos os meus problemas. Suspirei me jogando na cama, olhei pro celular pensando se Vi estaria acordada.
Alcancei o telefone, a liguei. Tocou algumas vezes até ser atendido por uma voz masculina desconhecida:
- Alô?
Novamente o gosto amargo subia meu esôfago. Sabia que Viviane era solteira, mas algo em mim ficava incomodado com a ideia dela ter alguém:
- Gostaria de falar com a Vi Marchetti. Com quem falo?
Perguntei fazendo círculos imaginários com o indicador sobre a colcha:
- Com o namorado dela.- O gosto amargo queimava meu esôfago e estômago- Do que se trata?
"Pensa rápido idiota. Anda" resmunguei mentalmente:
- É que eu... Eu... Eu gostaria de saber com ela... Se ela - Nada me vinha em mente, queria desligar apenas- Teria o livro da Cassandra Clare para me emprestar.
Minha mentira era a pior o possível, mas se enganasse o idiota do outro lado da linha, estaria feliz:
- Ela tá no banho. Posso dizer à ela que você ligou, tudo bem?
Para manter a farça, aceitei. Perguntou meu nome:
- Meu nome é Victoria.
Falou um "okay" e, desligamos.
Senti meus olhos arderem. Não entendia o que acontecia comigo, só permiti as lágrimas despencarem.
Precisava de férias, mas não só férias do trabalho apenas. Férias da minha vida.
Adormeci novamente, acordando apenas às onze e meia com Domenico me ligando. Atendi:
- Bom dia, querida.
Sua voz rouca me causava arrepios gostosos pelo corpo:
- Bom dia, amor.
Falei com um sorriso bobo. Domenico era a certeza que eu precisava na minha vida; a segurança de que todas minhas inseguranças eram coisas da minha cabeça:
- Dormiu bem, pequenina?- Murmurei um "uhum"- Sabe onde estou nesse exato momento?
Perguntou:
- Em Nova York?- Rimos- Não sei, 'mô.
- Times Square. E estou vendo uma loja que se eu te trouxesse aqui, você surtaria.
Falou, assenti:
- Ah é?! E se eu for para aí, amor?
Sugeri para a surpresa do meu ex marido e namorado:
- M-Mas... E o seu trabalho, Lice?
Gaguejou, franzi o cenho:
- Eu posso trocar as minhas férias, Dome. Preciso de um tempo do trabalho...- Minha insegurança dizia que algo estava estranho- A menos que você não queira.
Disse, então ele suspirou:
- Claro... Claro que quero você aqui, Lice, mas não quero te prejudicar.
Dei de ombros. Amava aquele homem.
Viviane e Giovanna poderiam falar o que quisessem de que Domenico era tóxico, escroto, mas elas não conheciam metade do meu homem. Um homem romântico que apenas era superprotetor, que me amava e enxergava quem não me merecia de longe:
- Não se preocupe, amor. O JP é um chefe bem de boa.
O imaginei entortando aqueles lábios desenhados por Michelangelo, dando de ombros:
- Okay, mas me avisa assim que comprar suas passagens.
Sorri. Nos despedimos, me levantei, tomei um banho, me arrumei para ir trabalhar. Fui de Uber até a empresa ouvindo Taylor Swift, me sentindo apaixonada pelo homem por quem chorava semanas atrás.
Entrei na minha sala, botei minhas coisas sobre a mesa, liguei o computador. Bateram à porta:
- Entre.
Falei, ao ver a figura da Vi, minha felicidade se esvaiu:
- O que quer, srta. Marchetti?
Perguntei me sentando na cadeira:
- O Gu me disse que você me ligou hoje mais cedo para pedir um livro.
Soltei um risinho de desdém:
- Na verdade havia te ligado para pedir desculpas pela minha atitude, mas como seu namorado que me atendeu...
- O Gustavo não é meu namorado!- Exclamou irritadiça- Vic, eu...
Ergui as mãos fazendo com que ela parasse:
- Está tudo bem, Viviane, você não precisa me explicar nada. Se você namora esse cara ou não, é problema seu, não meu. Só queria dizer que quero voltar a ser sua amiga.
Seus olhinhos infantis pareciam magoados. Assentiu, me ergui, dei a volta pela escrivaninha, abri os braços:
- Amigas novamente?
Perguntei, assentiu, se arrastou até mim, nos abraçamos. Olhei dentro de seus olhos:
- O que foi, Vi?
Perguntei preocupada, olhou para outra direção, murmurou um "Não foi nada" e saiu me deixando confusa.

Fifty Shades of RedOnde histórias criam vida. Descubra agora