Café gelado

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No dia seguinte, acordei cedo e me preparei sutilmente para sair. Eu sabia que era apenas um grupo de estudos para fazer o trabalho da semana que vem, mas também era minha última chance de ficar próxima de Yuri, sentia isso. Preciso conversar com ele nem que seja por um minuto. Mas essa tarefa não é tão fácil para mim, já que eu nunca precisei interagir com as pessoas antes.

Porém ele também não era um 'boyzinho' metido, muito menos exigente com os estilos. Mesmo tendo essas informações, precisei me arrumar de forma que ele pudesse pensar: -"Nossa ela está bonita". Se por um acaso eu escolher as roupas que normalmente uso quando saio com meu amigo, Yuri poderia pensar que sou preguiçosa.

Mesmo sem muitas opções, escolhi um conjunto básico. Ao terminar de guardar as roupas que peguei para escolher, escutei o som da campainha tocando, era Vitor sendo pontual como sempre. Me direcionei até a porta de entrada abrindo-a em seguida. Lá estava ele, sorrindo tão cedo feito um bobo.

- Meu Deus! Nunca te vi tão arrumada. -Ele exclama.

- Para de ser exagerado, eu nem estou tanto assim. - Disse depois de estreitar os olhos para meu amigo. Sinalizei para ele entrar em minha casa, mesmo sabendo que ele poderia ter feito isso sem eu ao menos chamar de tanto que Vitor aparece por aqui. - Por que você demorou de tocar a campainha? Eu sei que já fazia um tempo desde que tinha chegado.

- Não posso quebrar meu ciclo de chegar exatamente na hora marcada. Você sabe... Mas espera aí. - Seu semblante era confuso.

- O que?

- Como você soube que eu estava aqui todo este tempo? - Vitor perguntava.

- Não foi difícil depois de ouvir alguns cachorros latindo para você e eu olhar pela janela. Estava era engraçado. - Falei em meio ao sorriso enquanto lembrava da cena.

- Eu poderia ter morrido ali! Você não ia me salvar?!

- Não. É muito dramático - Falei sorrindo. - Vamos logo, se não seu ciclo vai acabar hoje mesmo. Só vou pegar minha mochila. - Disse já saindo e deixando Vitor sozinho no corredor. Ele assentiu e mais uma vez, apenas olhou nosso quadro de família aonde estava eu e meus pais. Tiramos a foto na época que meu pai ainda estava bem de saúde, o que atualmente não é o caso. Sua situação começou a ficar ruim a poucos dias, os médicos ainda não sabe o que é, então no momento ele fica apenas de repouso em casa.

- Ele não mostra melhoras né? -Meu amigo disse com tom baixo enquanto olhava para o quadro, no momento em que eu aparecia novamente.

- Sim, se ao menos pudéssemos saber oque está acontecendo, viveríamos com mais firmeza. - Respondi.

- Ele vai melhorar. - Vitor passava um de seus braços em volta do meu corpo e eu afirmava com a cabeça.

Nos movimentamos para sair, tínhamos alguns minutos restante ainda. Olhei para Vitor que já entendia do recado. Começamos a correr até o local marcado, como sempre fazemos. O CoffeBook é um espaço separado, uma biblioteca bem antiga ao lado de uma cafeteria. Seu chão é coberto de madeira escura e as paredes cheias de cantoneiras e desenhos da época do romantismo. Tudo naquele lugar era perfeito, tanto para ler quanto para tomar um bom café. Havia algumas mesas com bancos estofados que retratavam épocas, deixando o ambiente mais aconchegante.

Parados em frente ao local, gotas de suor escorriam pelo nosso rosto enquanto admirávamos o bonito lugar.

- Faz tempo que não venho por aqui. -Disse.

- Eu sei, é para lembrar da época que éramos mais crianças e só vinhamos aqui para ler Gibis. - Vitor parecia animado.

- É realmente legal lembrar disso.

O Perfume De DianaOnde histórias criam vida. Descubra agora