Que me importam as palavras,
Se para nada elas servem?
Doces, bonitas, feias ou amargas,
Dependendo do tom que carreguem.
Se eu fosse um poeta, diria
Que as palavras, eu as amo.
Mas como me falta euforia,
absolutamente nada proclamo.
Fecho-me em meu silêncio sepulcral,
deixo meu olhar falar por mim.
Suave, irado ou imoral,
cheio de mistérios sem fim.
Contudo entenda de uma vez,
que meu silêncio é voluntário,
sábio e pleno de sensatez,
E não oriundo da falta de vocabulário.
Pois eu me responsabilizo
pelas palavras que digo,
E assim me martirizo,
quando faço um inimigo.
Embora eu saiba no fundo,
quem eu sou de verdade,
exponho, por um segundo,
minha vulnerabilidade.
Com ou sem palavras então,
de mim, nada além posso ser.
Alguém com um coração,
incessantemente a bater.
Escolha o que quiser
palavras, gestos, olhares,
E faça como lhe aprouver,
deixando-me com meus pesares.
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Quando o outono chegar
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