capítulo 10

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Não vi Anun hoje, talvez por ser domingo, ou por ele ter ido a pouco tempo, mas estava ansiosa, limpei a casa, que acabou virando faxina, Apu não gostou nada e Anubis como sempre tinha sumido, no final do dia a casa estava um brinco, então fui fazer yoga para relaxar, estava em uma posição estranha quando celular toca, saio no chão e atendo um pouco desesperada demais.

__ Alô ?
" Quer aumentar seu pacote de dados ..."

Desligo irritada, era só a porcaria do telemarketing, bufo, eu não deveria estar assim, principalmente por causa de uma simples ligação, parecia que estava desesperada por ele, e obviamente não estava, claro que não.

Largo o celular no sofá e termino a yoga, depois tomo um banho e faço algo para comer, coloco algo para ver,  depois de algumas horas, vou trabalhar, traduzimos uma das escrituras que estávamos, escuto o celular tocar e atendo desse vez distraída.

__ Alô?
" Aurora?"

A voz de Anun, me causa um arrepio, parecia uma brisa gelada na minha pele, como seu hálito, solto um suspiro antes de responder.

__ Oi, achei que não ia ligar, principalmente por não ter dado meu número para você.
" Você trabalha para mim, tenho seu número na sua fixa"
__ Isso é meio perseguidor da sua parte.

Ela escuta ele rir, outro arrepio passa pelo seu corpo, escuta ele falar agora com uma voz mais rouca.

" Não te persigo Aurora, eu te encontro, é diferente."
__ É o que falam os perseguidores .
" Você é difícil sabia."
__ Sabia.
" Pelo menos isso, Aurora."

Ele falou seu nome sussurrando quase como se tivesse provocando ela.

__ Sabia que atrapalhou meu trabalho, meu chefe é chato, não vai deixar passar, e também sou nova sabe, tenho que mostrar serviço.
"Seu chefe vai ter perdoar acredite, e hoje é domingo, deveria estar, na cama."

Novamente aquele tom dele, muito provocativo.

__ Você está na cama?
" Não, não estou, estou na minha sala, acabei de chegar, ainda nem tirei o terno, você está na cama Aurora ?"

Aurora morde o lábio imaginando ele, como aquele terno sob medida, com os botões abertos, o cabelo bagunçado, sentado no sofá, com um copo de uísque na mão, droga era um tesão só.

__ Sim, eu estou na cama Anun.
" Bom, estou com inveja de você."
__ Não vai dormir ?
" Depende"
__ Do que?
" Em que vou passar a noite pensando."

Me arrumo na cama, tiro as cobertas, era estranho, mas a conversa deles tinha algo a mais nas palavras, que a deixava quente.

__ E no que pode pensar, que vai tirar seu sono?
" Depende muito Aurora"
__ Do que ?
" Você quer realmente saber? "

Ela queria? Talvez sim, se tivesse juízo não, mas ela não tinha e Anun não estava ajudando.

__ Eu quero.
" Você.... Sempre decidida"
__ Anun...
" Aurora?"

Ela fica em silêncio ouvindo a respiração dele na linha.

__ Amanhã é segunda.
" Sim é verdade, você precisa dormir."
__ Sim eu preciso.
" Boa noite Aurora."
__ Boa noite Anun.

Ele não desliga, e por uns minutos ela também não, mas no final o faz, se arrumando na cama realmente descobre que está com sono, e logo dorme, o sonho vem rápido.

Ela estava em um salão enorme, as pessoas a sua volta estavam dançando, todas com trajes de gala e vestidos bufante, do meio do século, ela no entanto estava apreensiva aguardando algo ou alguém, sentiu o toque dele antes de vê-lo era Anun, ele a puxou para uma parte mais reservada, onde ela se jogou em seus braços o beijando.

__ Senti saudades de ti.
__ Meu amor, temo que teremos que conversar.
__ Por que pareces tão sério, algo errado? Meu pai lhe negou minha mão ?
__ De forma alguma, mas eu não poderei aceitar.
__ O que disse?
__ Sei que pareces cruel, mas não posso tê-la, não mais.
__ Mas não podes, se me deixar não viverei sem ti.
__ Estás enganada, você viverá exatamente por estas sem mim.
__ Ela nos encontrou novamente?
__ Sim, e não permitirei que a leve.
__ Podemos resolver, me contaste a verdade sobre nós, podemos resolver.
__ Não posso protegê-la com meus deveres, e não permitirei que perca sua vida por minha causa.
__ Não podes me deixar!
__ Não deixarei, não conseguiria abandonarte ao encontrá-la, entretanto aceitar isso é a aceitar a morte.
__ Eu aceito, se puder estar com você meu amor.
__ Você é parte da minha alma, mas depois dessa vida, não a procurarei, eu a amo demais para lhe ver ir tantas vezes.
__ Então se essa é minha última vida ao seu lado, me faça sua mais uma vez .

Anun beija ela com a mesma paixão que beijou no templo, suas mãos seguravam seus cabelos, enquanto sua boca percorria seu pescoço, indo até seu decote, ela jogava a cabeça para trás aproveitando os beijos quentes e seu hálito frio.

__ Minha Elisa..

Aurora acorda puta da vida, Elisa ! Quem era Elisa! Ela podia acreditar que aquele desgraçado errou o nome dela e o pior no sonho dela! E apesar de ficar irritada, tinha uma parte dela que reconheceu aquele nome, passando a mão pelos cabelos, ela fica olhando o teto, desde que conheceu Anun esses sonhos ficaram constantes  as vezes ele também a chama de nomes masculinos, ou ela era mais pervertida que deveria, ou isso era algo mais, provavelmente ela era maluca, afinal seria impossível, esses são serem algo .

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