Minha alma

Capítulo 32

Ela morreu no meio de uma frase e nos meus braços, dizendo que me ama e que ficaria comigo para sempre, novamente eu falhei em defender minha alma gêmea, com cuidado me levanto com ela em meus braços, meu templo e altar estavam sujos pela areia e seu sangue, caminho com cuidado seguro ela contra meu peito, seu corpo ainda estava mole e sentia aos poucos o calor o abandonando.

Levo minha Aurora a uma parte impossível de qualquer humano entrar pós foi totalmente engolida pela areia a muito tempo, com meu poder faço tudo voltar a como era no passado e deito Aurora na mesa fúnebre.

___ Eu sinto muito, novamente eu falhei com você, não a salvei, meu amor me perdoe, eu deveria... Eu tinha o dever..... Me perdoe minha Aurora, agora tudo que posso fazer é finalmente lhe conceder o ritual de mumificação.

Preparo cada detalhe com minhas próprias mãos,limpo seu corpo com cuidado, preparo cada objeto, para retirar seus órgãos, mas antes retiro o sangue de seu corpo, e com cuidado coloco os órgãos dela em urnas, e por último pego seu coração, em minhas mãos, sei que estou chorando por ela.

__ Eu vou te guiar meu amor.

Ao fim começo a enrolar seu corpo, lhe beijo a testa antes de enrolar seu rosto, quando termino faço a oração, pedindo passagem e voltando a minha verdadeira forma estendo minha mão sorrindo, vejo Aurora segurar a mesma e sorrir, de mãos dadas eu e a alma de minha amada atravessamos o portal para Duat, assim que atravessamos, a coloco na fila.

__ E agora ?
__ Agora, você deve seguir a fila e passar pelos caminhos.
__ E você?
__ Eu estarei lhe esperando meu amor, como todas as vezes.
__ Anun, eu não quero te perder.
__ Impossível, eu sempre fui seu, siga Aurora, vamos nos reencontrar novamente, não tenha medo.

Aurora me abraça e correspondo a tomando nós braços, na tentativa de a beijar acabo lambendo seu rosto e ela sorrir, ela me faz carinho e volta para seguir seu destino, observo ela até não poder mais e vou até o salão das duas verdades, entro e me ajoelho diante Osíris, finalmente eu tinha uma forma de parar Anput.

__ Meu senhor peço permissão para falar.
__ Anúbis, diga-me.
__ Uma profanação, ante a mim foi cometida.
__ O que disse? Quem teria coragem de tal desrespeito?!
__ Anput meu senhor.
__ Isso é uma acusação grave Anubis, sei que Anput e você não se toleram, entretanto isso! Tenha certeza do que fala.
__ Eu tenho certeza, Anput, profanol meu templo, e o manchou de sangue inocente, assim manchando minha honra, como deus .

Osíris manda chamar Anput, não fico surpreso de ver ela bem e completamente trajada, ela parecia com raiva e sabia exatamente o motivo.

__ Anput você está sobre acusação grave.

Dessa vez vejo a surpresa nos olhos dela.

__ Meu senhor, e qual seria a acusação?
__ Profanação !

Novamente ela, fica surpresa e depois lentamente ela entende.

__ Você tomou uma alma inocente no templo de Anubis? Lembre que não pode mentir para mim Anput.
__ Eu ....eu ...
__ Você manchou o templo do deus dos mortos, com sangue inocente ? Responda !

Ela olha para todos os lados como se tentasse achar uma resposta, vejo que todos entendem sua culpa.

__ Esse crime séria punível com a morte, mas não podemos fazer tal ato desde Seth, então sua punição....
__ Meu senhor se me permitir eu tenho uma ideia, como o crime a mim cometido foi a tomada de uma alma inocente, eu sugiro que sua punição seja a mesma.

Vejo Osíris ponderar e depois concordar.

__ Anput de hoje em diante, você será uma buscadora, responsável pelas almas que deixam o  mundo humano.
__ O QUE ?!! NÃO !!! NÃO !!!

Anput e retirada do salão aos gritos, agora ela não era nada além de uma existência inferior, que nunca teria descanso nessa vida ou em qualquer outra, chamada em todos os momentos para recolher almas sem cessar, finalmente estava livre dela e de sua loucura e maldição, respiro fundo e olho para Osíris.

__ Então o humano inocente ?
__ Sim... Peço que seja paciente e benevolente para com ela.
__ Eu serei .
__ Obrigado.

Saio do salão das duas verdades, e vou guiar as almas pelo longo caminho, permaneço o trajeto ao lado de Aurora, segurando sua mão até onde era possível, e além disso teria que solta- lá uma outra vez.