Quem Eu Sou?

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Quem Eu Sou? —

Se você é tão gentil, por que o outro é tão cruel?
Você é como vinil, por estar sendo guardado como uma antiga lembrança de um mundo vil
Mas não é um em mil.

É como um piano quebrado
Uma memória adorável
Que pena que não toca mais, e só é um fardo.

Eu poderia cantar, mas ainda não me ouviria
Não é mercadoria, então para o quê mais prestaria?
Porque sou uma triste mobília
Descartada, não me importa sonhos e vida, não sou mais a criança iludida.

É como uma estrela no céu
Se não há nenhuma é única
Mas a tantas... Portanto, durma.

(Se eu voltasse no tempo, faria tudo diferente)
Oh, eu faria diferente, deixaria o cheque.

Já estava na hora
No fim, sou meu pior inimigo,
E ninguém aqui sobrou para despedidas, à beira do lixo.

Deitado de bruços na cama, a madeira podre após as chamas.
(Esse não é o motivo para vivermos)
(E quando cair em si, estará enlouquecido em um pêndulo)
(Esse, piano estragado, não sou eu, então, o que em mim faleceu?).

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