Infância

Alguém

Alguém —

Para onde você vai há alguém?
Aonde eu estou não tenho ninguém
Preso em uma prisão... Eu sou quem?

Cansei de ser só feliz, cansei de apenas sorrir
Exausto de explicar como deveria estar
Sempre estou sozinho, e não tenho com quem falar
Porque as pessoas que conheço, acham que sou vazio como uma maçaneta.

E eu avanço para a profundeza dos seus olhos, eu me desfoco.

Corro pela escuridão
Pensando que se um dia eu partir, ninguém saberá:
Que sou infeliz
E quando paro para dormir, as memórias me atacam
Sou tão infeliz!

E você nunca conhecerá esse meu lado
Porque todos os oi e tchau foram maquiados
(Sempre disfarçados)
Não preciso de presentes, nem de etiquetas
Só seu amor, parece que estou cumprindo uma pena.

Aguentarei uma vida simples, só por amor.

Cansei de só fazer diferença para mim mesmo
Cansei de pensar que morrerei ainda cedo
Odeio conversar com o espelho
Há sempre julgamentos, há sempre um grito de desespero.

(Correndo na noite, chorando a cada vírgula)
(Se um berro ecoa, ainda existe vida).