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MAITE JONES, point of view.
DEPOIS da conversa que tive outro dia com a Nessa, resolvi enfrentar a minha mãe. Eu posso escolher o que eu quero e ela apenas tem que me apoiar.
Confesso que não espero uma reação positiva dela, sei que ela pode até tentar jogar um vaso em mim por estar saindo do caminho certo.
Mas a verdade é que o único caminho que eu tenho que seguir, é o que me fizer feliz e agora eu sei disso. Já me sinto um pouco aliviada por estar finalmente sabendo quem eu realmente sou e que tem pessoas que vão me apoiar.
Mas eu estava com um pressentimento ruim, que a minha decisão seria o começo de grandes consequências e isso me deixa com um pouco de medo.
Mas eu não podia me arrepender agora, já estava de frente à porta da casa dos meus pais e eu estava um pouco confiante.
Após tocar a campainha, Arthur abre a porta e me olha surpreso.
— Pensei que você nunca mais viria aqui — ele sorriu e me deu passagem para entrar.
— Eu realmente não queria, mas tenho que agir como adulta — solto um suspiro e olho para o mordomo.
— Eles estão no jardim, qualquer coisa grita.
Segui rumo até o jardim da casa e encontrei meus pais conversando próximo à piscina.
— Maite? — Meu pai me olhou confuso mas sorriu em seguida. — Sente-se.
Caminhei para perto deles e dei um breve sorriso.
— Eu só vim ter uma conversa rápida.
— Veio pedir desculpar por ter gritado comigo? — Mamãe pergunta e vira seu rosto após olhar para mim.
— Desculpe por ter gritado com você, eu estava muito estressada — encaro a mais velha que sorriu.
— Que bom que você percebeu que eu só quero o seu bem — ela segura as minhas mãos e sorri.
— Mas não é só isso. Naquele dia você me perguntou se eu gostava de alguém, a resposta é sim.
Mamãe me encarou supresa e olhou para meu pai.
— Isso é bom, nós conhecemos? — pergunta, meu pai.
— Acho que não, mas ela-
— Ela? — a mais velha me interrompe.
— Sim, ela. Nos conhecemos a alguns meses e ela se tornou uma pessoa especial pra mim.
— Se você está feliz, eu também estou. Traga ela para nos conhecermos. — meu pai sorriu e encarou a minha mãe.
— Trazer ela aqui? Maite você nunca me desapontou, mas gostar de uma pessoas dessas! Isso é inaceitável.
— Você não pode opinar mais nas minhas decisões, eu escolho ela e você não tem nada haver com isso. Quem beija ela sou eu e não você, então por que se incomoda tanto? Inaceitável é esse seu preconceito com alguém que nunca fez nada para você. Você me desapontou, mãe.
Após isso sua mão foi de encontro ao meu rosto.
— O que pensa que está fazendo? — exclamou meu pai.
— Eu sou sua mãe, o mínimo que você me deve é respeito. — Ela apontou seu dedo em minha direção e riu — Eu vou te dar uma última chance, você vai casar ou vai deixar a sua família por uma garota?
— Eu não estou deixando ninguém, apenas estou escolhendo ser feliz e você não vai me forçar a fazer algo que eu não queira. Sinto muito se você está se tornando um lixo de pessoa.
Dei as costas e sai de lá o mais rápido possível, não aguentava mais olhar na cara dela. Por mais que ela fosse a minha mãe e eu a amasse muito, eu não iria aceitar algo desse tipo.
Assim que já estava longe suficiente daquela casa, me permitir chorar. Sentia um peso saindo das minhas costas e fiquei um pouco aliviada, mesmo que nada tenha acontecido de uma forma diferente.
Sinto que não vou me arrepender de nada que fiz, e era por isso que estava indo em direção a casa dela.
Queria finalmente perder dizer que não tinha medo de nada, que pra mim eu fiz a escolha certa.
Ao chegar em frente à sua casa, toquei a campainha e escutei um "estou indo". Logo depois Nessa apareceu na porta e me olhou um pouco surpresa.
— Maite — ela disse e sorriu.
— Eu acabei de voltar da casa dos meus pais.
— Eu estou vendo seu rosto vermelho, o que aconteceu? — Ela segurou a minha mão e me puxou para dentro.
— Eu disse que não iria me casar.
Por mais que eu quisesse dizer a ela que estava começando a gostar dela, eu não conseguia. Nessa sabia como mexer comigo e nem tinha noção disso.
— Você está bem com isso? — perguntou.
— Sim, por mais que varias merdas tenha acontecido eu me sinto bem.
Estávamos sentadas no sofá e ela ficou um tempo em silêncio, apenas me encarando.
— Você me escolheu... — ela sussurrou baixinho.
— Huh?
— Você me escolheu.
— Você é tão convencida — reviro os olhos e ouço sua risada.
— Então por que você veio aqui? Sendo que poderia me contar por mensagem — ela sorriu sacana e se aproximou.
— Porque eu... eu vim, er... — fechei minha boca antes que falasse besteira.
— Se venho me garantir, saiba que eu já sou toda sua.
Nem deu tempo de raciocinar o que ela havia dito, Nessa segurava meu rosto enquanto beijava meus lábios de uma forma lenta.
— Você me escolheu — ela disse e me beijou novamente.
Sua mão esquerda estava em minha nuca e a outra se encontrava em minha cintura, seus lábios macios era maravilhosos. Eu poderia beijar ela o tempo todo, porque essa era a melhor sensação que alguém já me propôs.
