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NESSA BARRETT , point of view

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NESSA BARRETT , point of view.

JÁ se passava das duas da tarde e ainda estava na casa da Maite. Ela andava estranha e conversava muito no celular, não é ciúmes nem nada e sim porquê eu to preocupada caso algo tiver acontecido.

Maite é preciosa demais pra esse mundo.

Desde a primeira vez que eu vi ela, me senti nas nuvens e chocada por existir um ser humano maravilhoso.

Ela nem sabe, mas eu sou completamente apaixonada por essa garota.

— Desculpa — ela sentou ao meu lado e soltou um suspiro.

— Pelo que? — pergunto.

— Pelo que aconteceu, foi a minha mãe. Se você não tivesse me conhecido talvez nada disso tivesse acontecido. Eu estraguei a sua vida, né? — ela abaixou a cabeça e encarou suas mãos.

— Você não estragou nada, você mudou minha vida pra melhor. Eu sou grata por isso — sorrio e puxo a garota para um abraço.

— Eu vou dar um jeito nisso, prometo.

— Nós vamos, somos um time — digo e vejo a mesma sorrir.

Fiquei a tarde toda com ela, até que ela dormiu e eu tive que ir embora.

Queria poder descobrir o motivo da mãe dela não gostar tanto assim de mim. O motivo mais óbvio é o caso de ela ser homofóbica, e isso choca total de zero pessoas.

Assim que parei de frente a enorme "casa", toquei a campainha e um senhor de idade apareceu.

— Posso ajudá-la? — perguntou. Acho que ele é o mordomo.

— Sim, deseja algo?

— Me chamo, Nessa. Maite me falou muitas coisas sobre você — digo.

Arthur me olhou confuso e depois sorriu.

— A garota que roubou o coração da minha menina — ele saiu do meio da passagem e me encarou. — Entre, fique à vontade.

Entrei na enorme casa, a sala estava completamente vazia e silenciosa.

Arthur passou por mim e foi direto para a cozinha, escutei alguns sussurros e logo ele voltou junto com outro cara.

— Então você é a Nessa? — perguntou o cara de barba. — Sou Jared, pai da Maite. Seu rosto é familiar.

— Provavelmente, sim.

Ele riu e sentou no sofá e me chamou para sentar ao seu lado.

— Maite sabe que você está aqui?

— Não, eu queria poder conversar com a mãe dela.

— Ela está lá no jardim, e eu quero me desculpar sobre o ocorrido — disse ele e fez uma pausa. — Ela não era assim, a culpa não é sua ou algo do tipo. Ela ainda acha que pode controlar a vida da Maite.

— Todas as escolhas que a Maite faz, ela pensa duas vezes antes de decidir. Só pra não decepcionar nenhum de vocês. — sorrio e olho para o mais velho. — Vocês tem uma filha maravilhosa, mas sua esposa não está enxergando isso.

Jared levantou e me guiou até o jardim, onde havia uma mulher tomando um chá.

— Kelly, temos visita — Jared se aproximou da esposa e sentou ao seu lado.

— E que é essa coisa? — perguntou com uma cara de nojo.

— Essa coisa é a namorada da sua filha — dou meu sorriso mais falso e Jared ri.

— Você é o homem da relação? — ela riu e me encarou.

— Não, nós não somos um casa hétero — sento ao lado da loira e a mesma me encara. — Você tem muito o que aprender.

Kelly apenas revirou os olhos e voltou a tomar seu chá.

— O que você está fazendo aqui?

— Vim perguntar o motivo de você não sentir orgulho da sua filha.

— Eu tinha orgulho dela, quando ela ainda era ela.

— Ela não vai deixar de ser a sua filha só porque está comigo, você tem que aceitas que ela já é adulta e sabe o que faz. Ela ficou magoada pelo que você fez comigo, ela até se desculpou por algo que não é culpa dela — passo a mão pelos cabelos e respiro fundo. — Eu amo a sua filha, e eu não vou deixar ela sofrer por você. Que tipo de mãe você é?

Jared sorriu de lado e se aproximou de mim.

— Agora eu sei o motivo de ela estar com você, obrigado por cuidar da minha filha. — disse Jared.

— Eu sei como educar a minha filha, e eu não preciso de você me ensinando como ser uma mãe. Eu sempre apoiei ela em tudo...

— Você só apoiava ela quando ela te obedecia. Mas agora que ela cresceu e faz as próprias escolhas, você tem medo de não poder controlar ela — sorri para a mulher que apenas bufou. — Deixa eu te contar um segredo, você não pode.

Levantei da cadeira e segui para fora do jardim, mas antes escutei a voz do Jared.

— Cuida da minha menina — disse ele.

— Eu vou cuidar.

— E Kelly — ele virou para a mesma e riu. — Eu quero o divórcio.

Fiquei surpresa e logo sai da casa dos pais da Maite.

Senti meu celular vibrar e logo peguei o mesmo vendo o nome "bae". Atendi logo.

— Vida, cadê você? — sua voz estava rouca de sono.

— Resolvendo uns problemas, quando chegar em casa te digo.

— Vida, cadê você? — sua voz estava rouca de sono.

— Resolvendo uns problemas, quando chegar em casa te digo.

— Em casa? Mas a gente não mora juntas — ela riu.

— Pois deveríamos — digo.

— Então, vem logo pra casa.

Ela desligou e eu continuei olhando para o celular, sorrindo igual uma idiota.

Eu estou apaixonada.


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⏰ Última atualização: Jun 14, 2023 ⏰

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