Mundo dos Sonhos.

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Anya Taylor Joy caminha pelo chão molhado do que parece ser uma fábrica

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Anya Taylor Joy caminha pelo chão molhado do que parece ser uma fábrica. As máquinas em volta trabalham incansavelmente, criando não só um barulho alto, como também um vapor bem quente. O local é bem escuro, algumas lâmpadas amarelas iluminam um pouco, mas não o suficiente para Anya saber por onde anda. Seus passos são lentos e cuidadosos, examina não só o chão, mas também tudo que há em volta, tentando encontrar uma saída. Finalmente se afasta dos corredores apertados, encontrando uma sala espaçosa, com uma grande fornalha metálica e fervente. As chamas dentro dessa fornalha estão bem quentes, com brasas voando para fora da estrutura, conseguem iluminar bastante o local, e fazer a garota suar. Caminhando até o canto da sala, encontra uma pia alojada à parede e algumas páginas de jornais coladas acima da mesma. Essas páginas falam sobre os desaparecimentos de crianças na rua Elm, assim como as mortes de algumas delas. Any acha aquilo macabro, então desvia o olhar para o chão, onde vê um triciclo pequeno. O brinquedo é vermelho e verde, parece antigo, mas só de ser um triciclo, faz a garota suspirar com tristeza.

- Está pensando nele, não é? - A voz de Freddy Krueger surge subitamente no local, assustando Taylor que dá um passo para trás. - O garoto Alan não sai de sua mente. Eu consigo entender, ele era muito educado. Mas matá-lo lentamente foi muito divertido, não pude resistir.

- Seu... monstro! - Anya grita com ódio, mal nota os próprios olhos se enchendo de lágrimas.

De repente, a palavra "monstro" surge por todas as paredes, escrita em sangue, que escorre até o chão. O sorriso do assassino se desmancha.

- Você acredita mesmo que eu seja o monstro? Eu sei que pensa em si própria quando diz essa palavra. - Levanta seu dedo indicador na direção da garota, também apontando uma das lâminas por consequência. - Mas pode ter certeza que eu também vou me divertir muito arrancando os seus órgãos.

Por mais que Anya esteja com medo, ela tenta não espairecer, prestando atenção na própria postura durante toda a discussão. - Tudo que eu queria era uma chance para testar esse lance dos sonhos de novo. Eu vou acabar contigo. - Agora limpa as lágrimas do rosto com as mangas do pijama.

- Não esconda, garota. Eu posso sentir o seu medo... - Agora sua feição brava fica claramente a mostra.

Freddy tenta andar na direção da garota, mas não importa quantos passo dê, não consegue sair do lugar. Ele sente a energia em volta mudando, ficando mais limpa e suavizada, quase como se fosse um feixe de sol entrando pela fresta de uma janela. Ao voltar o olhar para Anya, consegue notar sua feição de esforço, ela está tentando tomar controle dos sonhos. Ele sorri. - Desculpe, Any. Mas esse ainda é o meu mundo!

A energia volta a ficar pesada e densa, como se puxasse a loira para baixo, causando um tipo de cansaço mental. Agora parece que o feixe de luz diminuiu, e está em um porão pequeno, escuro e sujo, é como Anya se sente. Krueger finalmente começa a caminhar na direção da mais nova, mas agora consegue se aproximar, agarrando-a pelo braço. Joy sente a pele de seu pulso queimar com o simples toque do homem. Diante da dor, seu primeiro pensamento é a rua, para onde queria fugir. Um garoto de aproximadamente cinco anos, em cima de uma bicicleta passa entre os dois, obrigando o assassino a soltar sua vítima. Nenhum dos dois entende em um primeiro momento. Até que uma moto vermelha passa em alta velocidade, bem próxima à loira, tão rápida que mal dava pra ver quem estava em cima. De repente, as paredes da fábrica caem, sem desmoronar, caindo no chão inteiras e sumindo. Agora é uma caminhonete cinza que passa em alta velocidade, quase acertando o serial killer. Um medo de ser atropelada mais o pânico pela rua estar escura naquela noite, faz com que a garota pensasse em se afastar da pista. Logo, distanciando-se de Freddy também. Sua visão fica cada vez mais turva, não consegue dizer se é culpa do medo ou da adrenalina da fuga. Sua mente está cheia, e a fuga cria a necessidade de limpá-la, o que só sobrecarrega ainda mais sua cabeça. Numa tentativa desesperada de sumir para um lugar seguro, Anya fecha os olhos e se lembra de quando passara as férias da terceira série na casa de sua amiga Blu. O pai de Blu contava que o paraíso possuía pássaros azuis com penas fofas e reluzentes, que seu bater de asas causava um ar fresco por onde passavam, um vento que provocava um frescor suave. Sua mente está limpa, e ela sente o vento daqueles pássaros sobre seu rosto, balançando seus cabelos. Ao abrir os olhos, nota a rua infestada pelos pássaros, da exata mesma forma que imaginara desde criança. Eles as protegem, entrando no caminho do assassino e criando um tipo de cortina em sua frente. Com um simples movimento com o dedo indicador, o homem já irritado, faz os pássaros entrarem em combustão espontânea no ar. Um por um, caindo no chão depois de queimar de dentro pra fora, uma cena que atingiu Anya profundamente. Ela sente tristeza por aqueles animais, que nem tinham culpa por estarem ali. Ao sentir alguém segurar e apertar seu pulso com força, ela se assusta. Mas se sente aliviada ao ver Blu Hunt em meio as penas negras que planam lentamente em direção ao chão.

- Precisamos correr daqui! - Diz a morena, já puxando a amiga pelo braço até uma das casas na rua. Se aproximam de uma porta e Blu segura a maçaneta. - Só relaxa e imagina que está acordando.

A loira concorda com a cabeça e fecha os olhos, Hunt faz o mesmo. Logo em seguida, atravessam aquela porta, juntas, sem saber o que encontrariam do outro lado.

Blu abre os olhos, vendo a claridade com dificuldade, mas forçando a visão, consegue enxergar o próprio quarto. Só por não ter enxergado direito, é um sinal de que havia acordado. Anya, em uma cadeira ao lado, também acorda, ainda tonta, não sente que sua cabeça está tão bem. A barriga de Blu ronca fortemente, e ela não se sente tão cansada quanto antes, apesar de ainda querer dormir. Logo nota que que já é manhã, e tiveram tempo suficiente para descansar. A morena se levanta lentamente, indo na direção de sua amiga e colocando a mão sobre seu ombro, tentando confortá-la. Any nem reage à aproximação de Hunt, apenas encolhe as pernas e abraça as mesmas, olhando para o nada e pensando nas palavras de Freddy. Blu se sente mal por sua amiga, se Freddy mostrou sua vó, nem consegue imaginar o que pode ter feito por Anya. Mas também se sente mal por si mesma, e querendo resolver isso, pensa em Sofia Wylie. Sai do quarto, dando um pouco de tempo para a loira e no corredor de fora, senta-se no chão, pegando seu celular e ligando para a garota.

- Alô? - A voz suave de Sofia responde ao celular.

- Sofia? É a Blu, Blu Hunt, lembra? Desculpa por ligar nesse horário. - Uma pequena sensação de alívio cresce dentro da garota ao ouvir a voz de Wylie.

- Oi, Blu, me lembro sim. Aconteceu alguma coisa?

- Eu...eu só precisava conversar. Especialmente contigo. Eu te acordei?

- Não, não acordou, eu nem dormi. - Se ajeita no sofá, pensando no motivo da sua noite em claro. - Me conta, o que tá rolando?

- Você disse que sente raiva quando as pessoas te olham com desprezo no seu emprego, isso normalmente tira as forças de qualquer uma. Como você consegue continuar?

- Eu penso no quão boa eu sou e em como foi difícil chegar onde estou, não vou e nem posso desistir só porque alguns não confiam no meu potencial. Ou tudo pelo o que passei, teria sido em vão. Está acontecendo algo assim contigo? Acho que você pode denunciar. - Wylie já passa por esse tipo de problemas há muito tempo, sabe que denúncias não resolvem como deveriam, mas não quer deixar algo assim passar em branco.

Após ouvir com atenção, Blu sorri, pensando em como Sofia parece incrível. Sente que também não deve parar, porque Freddy não vai desistir. - Não exatamente. Mas obrigada, eu estava precisando ouvir isso. Por que você não dormiu? Uma estilista como você não precisa descansar para criar?

Sofia ri ao celular, mas logo volta a pensar no problema. - Eu estou meio preocupada com o Ansel. Ele disse que estava tendo uns pesadelos estranhos e que não queria dormir, eu também tive, então fiquei acordada. Fiquei desenhando e ele passou a noite na Pizzaria, limpando, fazendo turno extra. Mas ele não me responde desde às 23 horas da noite, eu estou preocupada.

Blu arregala os olhos, sentindo seu coração acelerar. Ela dormiu bem depois das onze, e com isso, Freddy teria o tempo que precisa para fazer o que quisesse. Ela aperta o celular com força, imaginando o que pode ter acontecido, enquanto ouve a voz distante de Wylie dizendo "Alô ?".

O Último Pesadelo (Concluída).Onde histórias criam vida. Descubra agora