Prólogo

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A noite está calma e bonita. A lua está cheia e iluminando a rua inteira, que está vazia por algum motivo, o que é raro em Springwood. Uma mulher morena e branca que tem por volta dos vinte e cinco anos, brinca com seu filho de sete anos, também moreno. Ambos estavam desenhando no chão da sala, aconchegados no tapete. A mãe, que se chama Alissa, está alegre ao ver todos os desenhos coloridos de seu filho. Mas um em específico chama sua atenção, o desenho de um homem palito com chapéu e unhas enormes em uma das mãos. Ela acha bizarro, mas não liga muito, justamente por vir de uma criança.

- Certo, certo. Chega de risadas, agora é hora de ir para a cama. - Diz a mais velha.

- Eu não quero ir para a cama, é lá que ele fica. - Responde o garoto.

Estranhando a resposta de seu filho, Alissa questiona. - Ele quem?

- O monstro, mãe. O monstro que sempre está nos meus sonhos. - Ele diz receoso, parece amedrontado.

- Meu amor, são apenas pesadelos. - Diz acariciando o enorme cabelo do menino, tentando acalma-lo.

- Mãe... já estamos dormindo. - Responde o menor, olhando para ela.

A morena expressa confusão com seu olhar, mas antes que pudesse reagir, ouve alguns rangidos vindo da escada, que fica em frente à porta da sala. Ela se levanta e caminha lentamente até a porta, temendo encontrar um invasor dentro da casa. Seus passos são silenciosos, quase pisando na ponta dos dedos, diferente de seu coração que parece acelerar a cada passo. Sua mão finalmente alcança a maçaneta, e após respirar fundo, finalmente abre a porta, ouvindo os ruídos da mesma. Para seu alívio, não há ninguém no pequenino corredor que corre até a porta de saída e divide espaço com a escadaria. Vira-se para trás e olha para o menino.

- Vamos direto para a cama, vem.

- Mãe, ele saiu do meu quarto, acho que está vindo de cima. - Avisa o pequeno.

Ao olhar para a escada, se assusta com a imagem bizarra. Uma criatura de dois metros, corcunda e extremamente pálida está descendo degrau por degrau. Seu rosto é completamente vazio, tendo apenas os buracos de seus olhos, onde o fundo é escuridão pura. Seu corpo possui varios cortes e ele está bem sujo, os cortes provavelmente vieram das unhas gigantescas de uma de suas mãos. Tão grandes e afiadas que parecem facas.

Alissa bate a porta com tudo e corre na direção de seu filho, puxando-o pelo braço. Se esconde atrás de uma pilastra que sustenta o segundo andar da casa, e abraça seu filho contra seu corpo, buscando protegê-lo.

- Mãe, é ele. Ele é o monstro. - Diz o garoto aterrorizado.

A mãe que também está aterrorizada, tampa a boca da criança com sua mão, tentando impedi-lo de fazer barulhos. A porta volta a ruir, trazendo a noção de que foi novamente aberta. A mais velha tenta espiar pelas laterais, vendo a criatura de novo e se arrependendo, já que o medo se instala pelo seu corpo. O monstro está procurando eles pela sala, em passos lentos, apesar de estar apressado.

De repente, uma voz mais velha e masculina ecoa pela casa. - Alissa...Freddy está de volta.

A risada que o mesmo homem solta após o comentário é inesquecível, por mais que desejasse esquecer desde sua adolescência. Ela arregala seus olhos e cai em lágrimas. Coloca a mão sobre os cabelos do filho, e ainda chorando, diz. - Eu te amo, Alan. - É quando algumas garras finalmente atravessam o concreto da pilastra, fazendo com que a mulher grite de medo.

O Último Pesadelo (Concluída).Onde histórias criam vida. Descubra agora