O Último Pesadelo (Concluída).

O Último Pesadelo.

Blu Hunt não pensou muito antes que a terra começasse a tremer. Freddy Krueger continua parado, apenas olhando. Perdendo as forças nas próprias pernas, a garota cai sentada. Quando a tontura passa, percebe que está sentada na primeira cadeira de uma mesa de jantar, de frente para todas as outras. As luzem são brancas e irritam a visão, as decorações sobre a mesa, assim como os papéis de parede, lembram dos modelos das casas antigas da rua Elm. Uma toalha de mesa extremamente branca se torna mais visível com alguns castiçais e suas velas acesas. Vindo do lado de fora da porta, a música infantil de Freddy pode ser ouvida, vozes infantis e femininas cantam.  Á sua esquerda está uma versão zumbificada de Imogen Poots, olhando para frente, onde uma versão parecida de Charlie Heaton faz o mesmo. Ambos se encaram, com um olhar distante. No prato do rapaz tem um coração batendo e há um buraco em seu peito. Há alguns bonecos de pano que representam a Elle Fanning, Hailee Steinfeld e Anya Taylor Joy. O único prato em frente as bonecas que possui algo é o de Hailee, onde há uma carne preta e queimada. O fedor dos corpos em decomposição finalmente alcança as narinas da menina, que faz uma careta e expira com força, tentando afastar

- Ai, meu Deus... - Ela até tenta tampar o nariz com os dedos, mas percebe que seus pulsos estão presos aos apoiadores de braço da cadeira.

A mesma se debate, tentando quebrar a cadeira de madeira, porque o que prende seus braços são cordas grossas, que seria impossível de rasgar só com a força do corpo. Mas o máximo que consegue é arranhar a própria pele. E de tanto se debater, o atrito com a corda cria alguns machucados em sua pele, tornando a ação mais dolorosa. A porta se abre e Freddy surge sem seu chapéu, andando até a única cadeira vazia, do outro lado da mesa. Ambos ficam de frente um para o outro quando o homem se senta. Hunt ainda está grunhido de dor, agora as cordas estão parcialmente sujas de sangue.

- Sei que está ansiosa, mas a comida já vai chegar, não precisa fazer barulho. - Seu tom de voz é calmo, ele nem mesmo olha para ela.

- Seu filho da puta! - Ela grita com todo o ódio, sem parar de se debater, não é mais uma tentativa de se libertar, se tornou raiva pura.

- A tentativa de voltar minha mente contra mim foi inteligente, mas você ainda não entendeu, esse aqui é meu mundo. Preciso te colocar em seu devido lugar! - Com a ajuda de uma chaira, ele amola as lâminas de sua luva como se fossem um talher para o jantar.

- Eu vou conseguir me soltar alguma hora e você tá fudido ! 

- Silêncio! - Krueger lança a ferramenta na mesa e se levanta. Olhando na direção da mais nova, permanece calado, dando a volta na mesa e se aproximando. De dentro da mesa saem dois pratos grandes, com cloches prateados que tampam seu conteúdo. - A comida está pronta.

- Você não vai me obrigar a comer nada, seu merda! - Blu enxerga seu olhar raivoso no reflexo do cloche.

O homem puxa os dois cloches juntos, deixando o conteúdo dos pratos visíveis. Em um deles há a cabeça decepada de seu pai, no outro a cabeça de Sofia Wylie. Hunt se cala em completo choque e horror. - Meus cumprimentos ao chefe!

Ela continua em choque, olhando de olhos arregalados para o maníaco.

- Veja, garota. De um lado seu passado, do outro o seu futuro. Ambas tragédias causadas exclusivamente pela sua fraqueza. - Freddy aponta seu indicador um pouco abaixo dos olhos da garota, na raiz do nariz. Sua navalha corta levemente a pele da mesma, arrastando para a esquerda e depois para a direita, criando uma faixa de sangue que se estende abaixo dos olhos. - O sangue deles será tirado antes do seu. - Diz mostrando o líquido vermelho em sua luva.

- Não vou deixar você encostar um dedo sequer nela, nem em mais ninguém. - Agora o sangue escorre por suas bochechas.

- Você tem força de vontade, Garota, tenho que admitir. Seu medo simplesmente desapareceu mesmo com tudo que vem acontecendo. Mas isso não importa mais. Cada criança dessa cidade está deitada olhando para o teto, pensando em mim e tremendo com a possibilidade de me ver. Os adultos estão exaustos e trabalhando em dobro para fingirem que esse é o motivo da insônia repentina e não um medo de infância voltando á tona. Os adolescentes já se entregaram totalmente, foram os mais fáceis e os primeiros a caírem. Seu medo não importa mais, e futuramente, a lembrança desse olhar irritado colocará um sorriso no meu rosto.