𝒐𝒓𝒅𝒆𝒎 𝒑𝒂𝒓𝒂𝒏𝒐𝒓𝒎𝒂𝒍 𝒊𝒎𝒂𝒈𝒊𝒏𝒆𝒔

𝑲𝒂𝒊𝒔𝒆𝒓

Não parava de andar pela ordem, a ansiedade me consumia a cada segundo que se passava. Dia 7 de Novembro, o dia final da Desconjuração. Já era de madrugada e eles ainda não voltaram, ele ainda não voltou.

- Cohen, você vai abrir um buraco se continuar andando assim. - escuto a voz da ocultista mais nova.

- Eu, realmente, só vou parar quando eles voltarem.

- Vem, você precisa distrair a cabeça. Vamos jogar, vem. - Agatha começou a me puxar, fomos até a área do bar, onde a máquina de Tetris se encontrava.

◇

Ficamos um bom tempo jogando, até que a Volkomenn não era tão ruim. Mas ninguém conseguia chegar no Score 1, que pertencia a meu irmão.

- Eu nunca vou alcançar o Cesar. - proclamei derrotada - Estava tão perto desta vez.

- Um dia você supera o Angel of The Night. - Agatha tenta levantar meu astral.

- Vai buscar ele! Joui, vai buscar ele! Anda logo! - escuto uma gritaria vindo de dentro da base, era o Arthur. Saio correndo em direção a geladeira amarela, adentrando na Ordem.

Chego no momento que Arthur arranca a máscara de Joui.

- Joui... - o gaúcho estava vermelho de tanto chorar, Dante estava rodeado com as folhas de seu Grimório. Só havia os dois.

- Como já se foi quem eu poderia ter amado, não teve nem chance de vim! - Dante chora e grita para Veríssimo. - Como que eu vou lutar por alguém?! Como?!

Ele não voltou, ele não cumpriu... César não voltou, meu irmão, a única pessoa que me restava.

- Arthur, me fala que não é isso, por favor.... - sinto meus olhos arderem, não queria chorar, não podia.

- Me perdoa, [Nome]. - caio no chão de joelhos, era real. - Eu não consegui fazer nada, me perdoa por favor.

O moreno, que estava bem diferente da última vez que o vi, se abaixa perto de mim. O abraço tão forte, com medo, medo do futuro, medo de perder Arthur.

Arthur me contou tudo o que aconteceu desde a saída da ordem até a chegada ao orfanato. Luciano era o Kian, Erin morreu, assim como Sam e Alex, quem pensávamos ser Kian, na verdade era o corpo do Fernando. E como Kaiser ficou para salvar os outros, meu irmão virou o herói.

◇

Diversos meses se passaram, estava na Itália. Minhas crises pioraram num nível, que elas faziam parte do meu dia a dia. Devo dizer que tudo mudou depois da morte de César, tentava não ficar remoendo isso, meu irmão não iria querer, mas foi inevitável.

Abandonei a Ordem uma semana depois do dia da Desconjuração, não conseguia ficar lá mais nem um segundo. Pensei em sair da casa da Ivete, mas ela me proibiu, ela dizia que assim poderia ficar de olho em mim.

Era madrugada, estava chovendo fortemente. Havia acabado de ter mais um pesadelo com ele, pego um caderno que deixo ao lado de minha cama e começo a escrever.

Nunca pensei que seria tão difícil dizer um adeus. Lembro até hoje do dia em que fomos separados, papai me levou para os Estados Unidos quando tinha 9 anos e você 13, depois disso a gente nunca mais se viu.

Quem diria que 17 anos depois, a gente estaria juntos de novo, hein Cesinha? Mesmo brigando, xingando, me irritando, você sempre me protegeu. Quando chegamos em Carpazinha, no primeiro Suvaco Seco com aquele bêbado nojento, em Santo Berço, na Busca da Liz.... Você sempre foi o meu herói.

Acho que você tinha ideia do que poderia acontecer, por isso você não me deixou ir junto, né? Quem diria que o jogar do lol seria O Herói da noite.

Nosso Angel of The Night, estará sempre aqui. Acho irônico isso. Sabe, você simplesmente sumiu, parece que inexistiu de uma hora para outra, mas o seu legado, o legado do Anjo da Noite vai sempre existir, graças ao Hugo.

Você disse para o Joui quando ele se juntou as máscaras que ia até o inferno para buscar ele de volta, ele voltou e você não. Não estou reclamando, mas sinto sua falta. Mas eu vou até o inferno para te achar e nem o Diabo conseguirá nos separar de novo.

Agora estou na Itália, na mansão dos Leone's. Eu dou a minha palavra, Kian irá cair, senão não me chamo [Nome] Cohen.

Sinto sua falta, César

Com amor, da sua irmãzinha <3

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