Esse capítulo tem 3 palavras, porque elas eram similares e eu tava com preguiça de pensar em 3 plots diferentes. As palavras são: estrela, luar e dormir
boa leitura!
◇◆◇
"Tem certeza que o Keiji não viu nada?" Koutarou perguntou.
Tatsuki e Keitarou balançaram a cabeça negativamente.
"Mama tava ocupado no telefone lá no quarto, nem nos viu puxando os lençóis," disse Keitarou.
"E eu ainda peguei isso" Tastuki ergueu um pote de doces que ela roubou do fundo do armário.
"E os biscoitos?"
Tatsuki puxou um pacote de biscoitos de um dos bolsos do casaco.
"Essa é a minha garota," o Alfa riu, afagando seus cabelos.
"O que vocês estão fazendo?"
Os três olharam para trás, assustados.
O suspiro foi unânime ao perceberem que se tratava apenas de Tetsurou.
"Que susto, eu achei que era o Keiji." Koutarou colocou a mão sobre o peito.
"E eu não boto medo?"
Os três se olharam, antes de começar a rir.
"Não tanto quando o pa," disse Tatsuki.
"Mas sério," disse Tetsurou olhando para o amontoado de lençóis, travesseiros e cabo de vassoura e barbantes que estavam junto aos pés do seus filhos e companheiro. "O que é tudo isso?"
"A gente vai dormir aqui fora," explicou Keitarou.
"Um acampamento!" Tatsuki exclamou.
Tetsurou arqueou uma sobrancelha, "Vocês? Dormindo aqui fora?"
"Não gostei dessa descrença no seu tom," resmungou Koutarou.
"Só estou dizendo que vocês estão acostumados demais com a mordomia pra dormirem em um acampamento. Mesmo que seja em um quintal."
"Ah, papi, se não for ajudar a gente, pode ir embora." Tatsuki gesticulou, afastando Tetsurou. "A gente tem muito trabalho pra fazer"
"Isso, isso," disse Koutarou, "Faça algo de útil e distraia o Keiji pra ele não descobrir a gente."
"Tarde demais," disse uma quinta voz vindo da janela atrás deles, fazendo Koutarou e as crianças pularem em seu lugar, exclamando:
"Mama!"
"Pa!"
"Keiji, minha vida, eu posso explicar."
"Por que não me chamaram?" Keiji cruzou os braços sobre a bancada da janela. "Eu vivia fazendo essas cabanas no quintal quando era mais novo."
"Sério?" Os rosto de Tatsuki e Keitarou se iluminaram e Keiji anuiu. Claro, eles não precisavam saber que ele ficou expert no assunto de montar barracas improvisadas porque seu padrasto o expulsava de casa constantemente.
Ignorando o pensamento nostálgico ruim, Keiji se impulsionou no batente, pulando a janela até o quintal.
"Vamos lá, vamos montar isso enquanto ainda está claro."
O Ômega logo orientou seus parceiros a maneira certa de montar uma barraca de lençóis, e Koutarou percebeu que se Keiji não tivesse aparecido, eles iriam acabar desistindo por não conseguir armar tudo corretamente. Keiji era conhecido por seus alunos como um professor gentil e paciente. Koutarou estava começando a achar que eles estavam sendo pagos para mentir.
O tom autoritário do companheiro enquanto lhe dava ordens estava causando pavor.
''Não, desse lado, não. Cansei de te falar, Koutarou, amarra isso mais forte!''
''Me diz que não sou só eu que tô com medo do Keiji,'' Koutarou sussurrou para Tetsurou, o Alfa de cabelo pretos sorriu, o tipo de sorriso que o companheiro sabia bem o que significava, e não tinha nada a ver com pânico.
''Eu tô sentindo é outra coisa.''
Depois de muitos gritos e alguns choramingos por parte de Koutarou, a cabana de lençol deles ficou pronta, bem quando a lua já estava tomando seu lugar no céu. Keitarou e Tatsuki não perderam tempo e entraram com tudo dentro da tenda.
Não era grande o bastante para caber três adultos e duas crianças, mas eles se acolheram de uma forma que todos ficaram confortáveis no ninho de almofadas que Keiji preparou para eles. No colo do Ômega, seus filhotes sentaram, cada um tomando para si um braço, descansando a cabeça nos ombros do pai. Tetsurou e Koutarou estavam deitados, cada um do lado de Keiji, ambos com a cabeça para fora da tenda, olhando para o céu já repleto de estrelas.
''Achei as Três Marias,'' disse Koutarou, apontando para as três estrelas alinhadas.
''A lua hoje tá maior que o cabeção do Kei,'' disse Tatsuki, Keitarou foi rápido em puxar uma das trancinhas da irmã, e Keiji precisou separar a briga antes que se tornasse uma disputa de tapas e mordidas como da última vez.
No entanto, o fato era que a lua estava realmente enorme naquela noite; brilhante e esbelta.
''Vocês escolheram acampar aqui fora por causa da lua?'' Keiji perguntou a Koutarou.
''Nah.'' o Alfa de cabelos bicolor deu de ombros, rindo. ''Isso foi um bônus, a gente tava assistindo Os Sem Floresta e o Keitarou perguntou como seria viver na floresta.''
''Ai o Kou deu a ideia da gente acampar!'' exclamou Keitarou.
''Entendo,'' Keiji riu, afagando o cabelo do filho, ''foi uma boa ideia.''
Em algum momento da noite, Keiji se juntou aos parceiros no chão, com seus filhotes deitados sobre ele, todos olhando para o céu.
Tetsurou contava aos filhos histórias sobre as estrelas, seus contos e lendas. Apesar do claro interesse, sua voz leve e doce estava causando bocejos involuntários em seus filhotes e logo os dois pegaram no sono.
Keiji os deitou no fundo da cabana, voltando para onde seus Alfas estavam esperando por ele. O Ômega deitou ao lado de Koutarou, usando suas pernas como travesseiro, Tetsurou estava logo à sua frente, apoiando a cabeça em seu estômago. Os dedos de Keiji faziam um cafuné lento em seu cabelo.
A noite estava calma, o ar estava fresco e a lua deixava tudo mais agradável, quase romântico. Keiji aproveitou aquela pausa no meio da correria do dia a dia. Nada poderia ser melhor do que uma noite de chamego com seus companheiros.
Koutarou se inclinou para deixar um beijo em seus lábios, fazendo o mesmo com Tetsurou. Com o Alfa de cabelos bicolores ainda pairando sobre ele, Tetsurou segurou suas bochechas, olhando para ele com cara séria.
''Mano, você viu a lua como tava bonita?''
''Eu vi, mano,'' Koutarou respondeu, também assumindo o semblante sério.
''Sabe o que é ainda mais bonito, mano?''
Os dois olharam para Keiji, que foi rápido em entender. Ele revirou os olhos.
''Esquece, eu tô indo dormir lá dentro.''

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Modern Family
Fanfiction[Continuação de ''Hope''] Aos vinte anos, Keiji descobriu que estava grávido. E o que ele achou que seria o fim de tudo, acabou se tornando o começo para restaurar sua esperança na vida. Agora, aos 26 anos, agradesce todos os dias por estar ao lado...