Me perdoa?

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Aviso, este capítulo contém; tentava de suicídio, e alguns gatilhos.

Eu tentava controlar as batidas do meu coração, ela havia acabado de chegar no meu apartamento, tentei não demonstrar o quanto eu estava mal e abalada com a distância gigantesca pela qual passamos nesses últimos meses, mas parecia que um gatilho havia sido instalado em minha cabeça, então vieram as inseguranças, e o medo de perdê-la, o medo de não ser suficiente para ela. 

– Amor, cê tá bem mesmo? - Perguntou preocupada, eu estava em silêncio a alguns minutos. 

– Só pensando. - Disse ao suspirar audivelmente. 

– Você sabe que estou aqui para te ouvir? Você pode me contar qualquer coisa amor, principalmente aquilo que está afligindo o seu coraçãozinho. - Disse fazendo um biquinho fofo. 

– Nós duas passamos muito tempo longe uma da outra. - Disse, vendo ela concordar. – E quase uma semana sem nos falarmos direito. 

– Eu sinto muito por isso, foi realmente um mês muito corrido, entre shows, entrevistas, não vai mais acontecer! - Ela disse enquanto ajeitava uma mecha rebelde do meu cabelo, foi inevitável não olhá-la diretamente nos olhos. 

Até que eu me lembrei da entrevista que ela havia dado para um site de fofoca, aquilo havia acabado comigo.

– Eu vi a sua entrevista com o Léo Dias, não sabia que você e o Matheus estavam se conhecendo melhor? - Perguntei de forma ácida enquanto me levantava da cama. 

– Amor… - Ela suspirou. – Olha aquilo não é real me pediram para falar aquelas coisas, o Matheus é só um amigo.  - Disse tentando se aproximar mais eu recuei. – Não faz assim vida por favor. - Sua voz estava baixa. 

– Você sabe como eu me sentir vendo aquilo? - Perguntei só me dando conta agora que lágrimas molhavam o meu rosto. 

–  Me perdoa? Olha para mim, por favor! - Falou com a voz chorosa. 

Eu neguei.

– Eu já avisei, eu não vou mais fazer aquilo, eu não vou mais negar quem eu sou. - Ela pegou em minhas mãos, me fazendo olhar em seus olhos. – S/n eu te amo! - Sussurrou. 

– Eu também, te amo, mas talvez não seja o suficiente. - Falei cansada vendo ela me olhar como um olhar de confusão. – Eu acho melhor a gente dá um tempo! - Um nó se fez em minha garganta ao dizer aquilo.

– O que você está querendo dizer? - Ela tentou se aproximar, mas eu recuei. – Você está terminando comigo é isso? - Seu tom estava magoado, eu poderia ver lágrimas em seus olhos. 

– Não foi você que fez isso, no momento que deu a entender que estava com outra pessoa, estando comigo! - Eu tentava manter a calma, por isso respirei profundamente. - No fundo eu sabia que uma hora ou outra isso aconteceria, você só está brincando comigo, não é? - Perguntei, tendo a sensação de vomitar essas palavras, ela parecia surpresa e magoada.

– Brincando? - Eu poderia sentir o amargo em sua voz. 

– Sim. - Suspirei audivelmente. – Eu sou boa o suficiente para dormir com você, mas não para sair de mãos dadas na rua? - Dei de ombros, e ela riu sem humor, do que eu havia dito, ela estava incrédula de tudo que eu estava falando. 

– O que? Você está se ouvindo agora?-  Perguntou em meio às lágrimas.

Eu limpei as lágrimas que se amontoaram no canto dos olhos, eu andava nervosamente de um lado para o outro, enquanto ela parecia pensar em algo, meu coração estava destruído ao vê-la daquela forma, e talvez fosse melhor, às vezes eu acho que sou apenas um atraso na vida das pessoas, inclusive na dela. 

Mundo Para Marília - One Shots.Where stories live. Discover now