Mundo Para Marília - One Shots.

Isso é paixão?

Né que a margarida voltou? Pois é depois de um tempão né gente, peço desculpas pela demora, passei tanta coisa gente e muitos picos, então me perdoem, esse projeto que vos apresento já tava engavetado a algum tempo então, se voces gostarem e cometarem muito TIPO muito mesmo eu posto a fic.... É bbs nada é de graça kkk 

Amo voces, beijinhos...

Tudo era simples e na maioria das vezes eu não precisava fazer muita coisa, apenas sorrir, e dizer "sim" ou "não". Então carro após carro e, de um a um, levavam o pouco da dignidade que eu ainda me restava, o Mercedes havia acabado de parar no mesmo local que me buscará horas antes, não havia mais nada para ser dito, meu cansaço me limitou a apenas mandar-lhe um beijo no ar, e logo após sair do carro, o vestido vermelho vinho, já não estava mas tão alinhado e a maquiagem já era quase inexistente, o clima estava frio, talvez mais do que o habitual, o que me fez abraçar meu corpo.

A passos lentos caminhei até o meu prédio, que estava bem localizado, era grande e confortável, conforto esse que vinha com o meu "trabalho". Suspirei audivelmente, quando passei pela porta, feliz pela noite ter acabado, feliz por não ter que fingir gostar da minha vida. Como de praxe caminhei até o banheiro, me olhei no espelho, eu não me reconhecia mais, eu não sabia quem eu era. Como sempre, depois de uma noite movimentada, vinham o coquetel de remédios, mesmo que eu exigisse dos clientes seus últimos exames, eu não era como as outras, não. Eu tinha classe, educação, e sabia o que fazer na cama, e também eu era uma verdadeira boneca de porcelana, tudo isso, para ser disputada, desejada, e quase intocável, era isso que as mulheres com quem, eu saia desejavam, sempre alguém ao qual só existam nos seus sonhos.

Liguei a banheira, já sem roupa me sentei na borda e esperei que ela enchesse e pensei um pouco na minha vida, não tenho orgulho nenhum do que eu faço, não me agrada na verdade, nada disso, mas o conforto, o meu apartamento, tudo que eu tinha era baseado nisso, em ser alguém perfeita, eu não tenho "defeitos", sou a melhor companhia que alguém pode ter, para jantares, festas, ou apenas para ser uma boa ouvinte, tudo isso era bem pensando, como se fosse uma performance, eu sempre estudava sobre elas, seus gostos, seus sonhos, seus desejos, e me tornava aquilo que elas sempre sonharam, agora vejo que em meio a essas trocas de personalidades eu talvez tenha me perdido, porque na maioria das vezes me sentia completamente vazia.

Por mais que vez ou outra eu recebesse uma proposta, talvez um relacionamento, porém eu nunca deixava o amor entrar na minha vida, porque se ele entrasse então eu me tornava vulnerável, se ele entrasse, ele facilmente me destruiria.

E eu tive que abdicar de muitas coisas, só para morrer na praia.

Entrei na água e suspiro de alívio preencheu os meus lábios, o frescor da água morna fez todos os meus músculos relaxarem, passei quase uma hora no banheiro, pensando, sozinha.

Quando saio dele vejo que já amanheceu, mesmo cansada caminho até a cozinha, faço algo rápido para que eu possa comer, e segundos depois vou para o meu quarto, e me deito ainda nua, agora sim eu poderia descansar.

(...)

O relógio marcava duas e meia, me sento na cama e abro meu aplicativo, coloquei indisponível assim que pude, um suspiro de raiva atravessa meus lábios, hoje eu não serei de absolutamente ninguém, vou até o banheiro e tomo um banho rápido, logo depois peço alguma coisa no aplicativo de delivery.

Quando meu celular começa a tocar.

– Pois não? - Pergunto assim que atendo, já que não reconheço o número.

Ninguém tinha meu número pessoal, além claro das minhas amigas.

– A senhora, S/n Medeiros se encontra? - Era uma voz masculina, educadíssima.