002 ꞏ TÃO BOM QUANTO UM SONHO

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002. TÃO BOM QUANTO UM SONHO.

Draco Malfoy estava terminando de ler um e-mail em seu laptop, quando ouviu um barulho vindo na porta do quarto. Como morava com o marido em um dos bairros mais seguros e caros da cidade, então ele descartou a possibilidade de um assalto.

Seu peito subiu e desceu devagar.

Apenas um tolo seria capaz de invadir a casa de dois alfas dominantes.

O mero pensamento fez seu sangue ferver.

Ele esperou.

Talvez o barulho fosse coisa da sua cabeça. Ter um ômega em sua casa durante o cio o deixou um pouco agitado. Seu lobo estava inquieto, louco para acasalar, ignorando o fato de que Harry não era seu marido. Geralmente, o alfa tinha um bom controle sobre seu período de calor, ele aprendeu a dispensar sexo durante sua bateria, mas Harry Potter apertava seus botões certos, tornando angustiante ignorar o desejo de sexo.

Inferno, ele queria encher o ômega com sua porra e ele sabia que seu marido estava ciente. O que ele sentia por Cedric era forte, inabalável, ele o amava com cada gota do seu sangue, isso era indiscutível, mas Draco estava começando a ficar um pouco obcecado com a presença do ômega. Harry era lindo, com cabelos negros e ondulados e olhos que lhe deixavam paralisado. O ômega despertava os instintos primitivos de Draco. Ele queria cuidar, garantir que Harry ficasse seguro, e nada pudesse tirar aquele sorriso petulante do seu rosto.

Talvez Cedric estivesse certo e trazer um ômega para a relação não fosse uma completa loucura.

Ele já esteve próximo de outros ômegas outrora e nenhum despertou o menor interesse naquele alfa. Draco não suportava ômegas, mas ele estava encantado com a criatura tão adorável quanto perturbadora que dormia em um dos quartos de hóspedes do apartamento.

Olhando para Cedric, que dormia tranquilamente na cama, ele se levantou da cadeira com cuidado, subiu o batente de madeira e se direcionou para a porta, se assustando ainda mais ao ver Harry Potter parado, em pé, como um fantasma.

Ele estava usando apenas uma camisa branca e larga de Cedric e estava com as mãos para trás. Mesmo em meio a uma sútil escuridão, ele viu o ômega mastigando o lábio inferior, enquanto seu pé esquerdo subia e descia devagar. No primeiro momento, Draco pensou que o ômega fosse sonâmbulo, mas quando Harry saltou para trás ao vê-lo, soube que ele não estava semi-acordado.

— Cacete, você me assustou. — Ele usou seu tom mais baixo para não acordar o marido. — O que está fazendo aqui? — Indagou, cruzando os braços em sua frente, analisando o outro com cautela.

— Eu? — Harry perguntou, olhando para o chão.

— Você. — Salientou, respirando devagar. — Perdeu a língua em algum lugar do apartamento? — Zombou, percebendo que o menor estava perdido em seus pensamentos.

— Eu... — Começou a falar, mas desistiu no meio da frase e lançou um olhar de acusação para o maior, apontando o dedo em sua direção. — Você! — A palavra escapou da boca do ômega com um estalo insidioso. Foi impossível tirar os olhos daquela boca perfeita.

— Você não está sendo coerente, querido. — Seu tom continuou zombeteiro, mesmo que ele desejasse agir de outra forma, de preferência levá-lo ali mesmo em sua cama, bem ao lado do marido. O desejo sujo lhe assustou e quase o excitou.

— Você está no cio e eu sinto essa vontade estúpida de te agradar. — Esclareceu, observando o alfa pelo canto do olho. — Não quero sentir isso.— Maldição, Draco podia sentir o cheiro de excitação do menor e não era difícil adivinhar que ele estava assim por ele. Alfas, no cio, não tinham controle sobre o próprio cheiro, eles lançavam feromônios no ar com o dobro da intensidade normal e tudo era mais forte por ele ser um alfa dominante.

Dominantes | CedrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora