Lua Crescente ( Edward Story)-EM RECESSO-

Capítulo 8 [1918(5/5)]

Carlisle se encontrara pasmo comigo neste exato momento, quase como maravilhado com a situação, era ridiculamente estranho pensar que além de me tornar uma aberração, me tornei uma aberração que escuta a mente dos outros. É quase patético.
Estávamos sentados agora, um de frente para o outro, não estamos conversando necessariamente, mas Carlisle se demonstra pensativo e eu sem ao menos querer, acabo por escutar cada fagulha de sua mente, muitos nomes se passam em sua cabeça agora, alguns como "Caius" "Aro" "Jane" "Alec" "Marcus" "Demetri" e "Heide", não reconheço nenhum destes nomes, mas estão sendo bem repetidos na mente do doutor.

Estar sentado, não é algo que eu queira, mas só fiz isso por ser um movimento natural humano, o cansaço não é algo que me pertence mais, sinto que posso passar a vida inteira em pé e tal coisa não me fará a mínima diferença, em realidade, ficar imóvel é perfeitamente confortável para mim agora, nada que me dê a necessidade de parar e descansar, até piscar se tornou completamente desnecessária para meu atual organismo. Estou passando os dedos na almofada da poltrona agora, sentindo cada mínimo toque de pelinhos entre minhas mãos, tão estranho, mas tão fascinante, esses dois sentimentos tem andado lado a lado comigo desde que "acordei" como um demônio. A repulsa veio direto a minha mente ao pensar no que sou agora.

Edward..

- Sim?- Minha mente agora é tão facilmente distraída por qualquer motivo, que tenho de tomar controle disto rápido.

- Você tem mesmo um ótimo dom, muito aguçado para um recém-criado.- Ele sorriu e orgulhou-se de algo ainda indistinto, seria eu o motivo do orgulho?- Tentei achar alguém com o mesmo dom que você, mas não, me parece algo único!

- E esse "Aro"? Repetiu inúmeras vezes o nome dele em seus pensamentos e disse que sou como ele, mas diferente, o que quis dizer com isto?- Ele pensou um pouco. Realmente um dom muito parecido, mas não igualado, me parece muito forte.- Forte? Então eu sou mais forte que ele?

- Não necessariamente, você e ele agem da mesma forma, porém de maneiras distintas.- Fiquei confuso e então ele me explicou- A leitura de Aro é tátil, a sua não precisa do toque, o que o deixa em uma vantagem, entretanto Aro pode ler até nossas memórias mais antigas e pelo o que você demonstrou até agora, a sua leitura é apenas sobre o momento, entende?

- Perfeitamente!- Exclamei e admito que ler mentes não é algo que me deixe feliz, na verdade tudo o que envolva essa nova vida só deixa enojado, mas este "dom" só me esta me fazendo sentir mais ridículo, do que me tornei.- Carlisle, quem é Aro?-Um Volturi- Quem? O que é "Um Volturi"?

- Venha comigo Edward!- Ele se pôs em pé e eu fiz o mesmo de forma tão repentina que quando percebi o ato, já estara ao lado do doutor o acompanhando. Minha mente pensa e meu corpo faz de imediato, isso é perturbador.

Eu o segui até uma sala pequena e aconchegante, mas ainda provida de móveis luxuosos, contendo uma enorme vidraça em seu fundo, aberta para a natureza, nela havia uma mesa, com uma cadeira e várias planilhas organizadas em ordem alfabética com nomes de hospitais, pelo que pude perceber. Presumo que este seja o escritório do doutor, ele parou em frente de uma parede cheia de quadros, e eu o fiz igualmente, em específico Carlisle focou em um grande quadro no centro, onde haviam 3 homens parados com enormes capas em tom preto, e reconheci Carlisle que usava uma vestimenta de outro século ao fundo da pintura, todos pareciam estar em um castelo pelo emoldurado do local, parece até um quadro de exposição, fora muito bem feito e usaram da melhor tinta para o compor, com certeza.

Os Volturis.

- Estes são os homens que o doutor disse os nomes?- Carlisle sorriu levemente, me olhou de relance e tornou a olhar o quadro.- E o que eles fazem? São como eu? Escutam os pensamentos também?-De forma alguma! Carlisle pensou- Algum destes é o Aro?- Perguntei analisando melhor a pintura.