Capítulo Dois - O sol nasce para todos.

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Após terminar de contar a história, Lucy levanta-se da cama do pequeno garoto, dá-lhe um beijo na testa e cobre-o com o cobertor.

- Boa Noite Thiago. - Disse a Sra. Groman dirigindo-se para porta do quarto. - Que a Natureza lhe abençoe meu filho.

- Boa Noite mamãe. - Responde o menino.

Quando a mulher saiu do quarto, Thiago ainda pensará sobre a história de seu nascimento, criando algumas perguntas para si, que ninguém nunca lhe respondeu, "Como eu sobrevivi aquele dia?", "O que é está tal de benção?", "Como assim eu serei o último?" e "Para onde foi meu pai após sair daquela sala?". Um turbilhão de pensamentos, até ele cair no sono.

O nascer do Sol iluminou a janela do quarto de Thiago, que acordou um som batendo na porta.

- Thiago acorde ou vai se atrasar. - Guian falava do lado de fora.

A luz brilhava em seus olhos e um som de movimentação na cozinha anuncia que já chegou a hora dele se levantar.

Após tomar banho, Thiago olha no espelho, vendo um garoto de nove anos, com um metro e quarenta de altura, pele branquinha, olhos pretos, cabelo curto, rebelde e preto, sua costumeira calça jeans velha e sua camiseta azul-marinho com sujeiras de terra. Ele então veste sua capa verde-musgo, coloca sua aljava de flechas nas costas e seu arco de madeira embaixo do braço para poder descer na cozinha.

– Vamos logo Thiago. – Guian chama-o. – O café esfriará.

Chegando na cozinha, o garoto se junta aos demais ainda lembrando das perguntas que tinha feito a si no dia anterior.

– Bom dia mamãe. – E ela o retribui com um belo sorriso. - Bom dia Gui. - Diz o garoto olhando para seu irmão.

Lucy possui quarenta anos, estatura mediana, os olhos castanhos escuros e longos cabelos pretos, da pele clarinha, vestida com uma calça jeans clara, uma camiseta branca lisa e como acessório um colar com uma pequena bolinha branca como pingente. Guian possui vinte e um anos, uma estatura alta, olhos pretos, cabelo castanho escuro com rabo de cavalo atrás, pele mais escura por conta do Sol, uma cicatriz no rosto que parecia unhas, uma calça jeans com rasgos, blusa fina preta, uma capa marrom surrada, botas pretas, também possui um colar com uma pedra branca e outra que aparentava um fogo e levando uma aljava e um arco nas costas.

Guian então corta o silêncio que pairava no café da manhã:

- Thi, pegou todos os pertences para seu treinamento?

- Ah, claro. - Respondeu Thiago. - Tudo pronto.

- Então vamos? - Pergunta Guian.

- Vamos sim. - Diz Thiago.

Os dois dirigiram-se para os fundos da casa, despediram-se da Sra. Groman e seguiram em direção a floresta de Sharen.

Os dois caminham pela trilha da floresta por longos dez minutos e param em uma orla, que já utilizavam a tempos para treinamento. Então Guian pega seu arco e o aponta para uma das árvores mais próximas, pedindo que Thiago faça o mesmo.

- Irei lhe ensinar a manipular melhor seu arco, na aula de hoje Thiago. - Disse o irmão mais velho.

– Gui, faz quantos anos que se tornou arqueiro. – Pergunta o garoto durante o treinamento.

– Bom, eu tinha sete anos em minha primeira aula, mas quando ganhei o meu distintivo tinha nove anos e viajei para estudar com dez. – Gui fez uma pausa e observou o irmão. – Aliás, falando em idade, você fará seus dez anos dia quatorze de março.

- Você entregara meu distintivo, quando? – Pergunta Thi – Quando então serei oficializado?

- Nós temos de esperar o Sol todos os dias, certo? – Gui fez mais uma pausa. – Mas nunca sabemos se ele vai realmente voltar, ficamos apreensivo porque todos nós precisamos dele, porém só sabemos o paradeiro dele quando ele ilumina a janela do quarto. Tenha paciência e aguarde, que o seu momento chegará, o dia que você brilhará.

Guian e Thiago continuaram o treinamento por um longo tempo, até o Sol pairar sob as suas cabeças.

– Bom vamos. – Disse Gui finalmente.

Os dois guardaram os equipamentos e aprontaram-se para voltarem a casa dos Groman.

A casa dos Groman sempre foi para a cidade de Sharen a mais estranha, por se localizar na frente da Floresta de Sharen onde muitos entraram e nunca voltaram. É uma família muito conhecida por sua privacidade, não dando aos vizinhos esperanças de saber o que ocorre lá dentro. É a moradia mais distante da cidade e acessa a ela normalmente, pessoas convidadas, o carteiro ou quem realmente conhece a família.

Thiago Groman: Mistérios de um Mundo PerdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora