14 - Chapter fourteen

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Meu pai havia me dado uma carona até a mansão, estava muito ansioso para ver Jungkook, nem parece que o vi recentemente em minha casa. Acabei de lembrar que não consigo disfarçar bem, então tenho quase certeza que meu velho percebeu a minha inquietação, mas não falou nada.

Assim que entrei na residência, guardei minha mochila em um dos armários para funcionários e chequei o bloco de notas na cozinha. Nada tinha de diferente do que normalmente faço, mas a noona acrescentou que eu deveria fazer algo para ajudá-la na criação de pratos criativos, ela é responsável por cuidar de um restaurante renomado. Pelo que pude perceber, a família Jeon é bem influente, havia membros que eram donos de loja, empresários, entre outros.

Passei algum tempo pesquisando alguns pratos interessantes e decidi escolher um prato famoso do Brasil, tenho quase certeza que iria agradar os clientes, pois eu mesmo já estava salivando enquanto olhava a foto.

Por fim, achei melhor ir verificar se Jeongguk precisava de algo. Subi as escadas pulando os degraus, feito uma criança e não demorei ao chegar na porta de cor marrom, vendo as placas de aviso para não entrar, ele sempre sinalizava que não queria ser incomodado pelos outros. Ri baixinho e abri a porta, franzindo o cenho ao ver uma moça que eu nunca tinha visto antes, se debruçando sobre ele.

— Me desculpe, não quis atrapalhar... — falei, sentindo um nó na garganta e me virei para ir embora, mas a voz dele me alcançou.

— Jimin, espera! — Jeon se levantou e a mulher foi embora, me encarando com raiva, eu hein — Não é o que está pensando! — ele segurou meu braço, delicadamente.

Costuma-se dizer que a perda de um sentido melhora os outros. Pesquisas mostram o quanto isso é verdade em pessoas cegas, e como seus cérebros fazem novas conexões para aumentar a audição, olfato, tato e até funções cognitivas como a memória e a linguagem.

As mudanças estruturais e funcionais mostram que o cérebro de pessoas cegas tem uma configuração única, mandando e recebendo informação de uma forma que não é observada em pessoas de visão normal.

Por esse motivo, sei que Jeon sabe exatamente onde estou. Por conta dos seus sentidos extremamente aguçados.

— Não precisa se explicar, nós não temos nada sério, você fica com quem você quiser... — proferi — Solte-me!

— No entanto, é só você quem eu quero... — sua voz rouca se fez presente e arrepiei, me sentindo um fracote por não conseguir resistir-lhe. — Não quero que tenha a ideia errada, ela se insinuou para mim, admito isso. Mas, não se insinuei romanticamente porque não quero ela...

— Hum... — continuei com a birra, com um bico nos lábios.

— O que tenho que fazer para você ficar menos bravo comigo? — perguntou-me.

— Você ainda não me beijou hoje... — murmurei, apertando a barra de sua camiseta.

— Meu menino tem razão, como pude esquecer disso? — Jeongguk me puxou pela cintura de modo firme, me fazendo arfar e segurou meu pescoço levemente, antes de iniciar um ósculo faminto.

Coloquei a mão em seu rosto, iniciando uma carícia tímida, enquanto nossos lábios se mexiam com vontade. Sua língua acariciava a minha e sincronizava com a mesma, seu cheiro inebriante deixava o ambiente mais agradável ainda. Após sentir um pouco de falta de ar, parei o beijo e me afastei ofegante.

— Agora, sim, está perdoado. — brinquei, o fazendo rir e ele logo ficou sério.

— Eu estava pensando... O que você acha de sermos exclusivos? — Jungkook indagou, coçando a nuca. Ele estava sem jeito.

BLIND - {pjm+jjk}Onde histórias criam vida. Descubra agora