Capítulo 07.

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Cheguei em casa cansada

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Cheguei em casa cansada. Trabalhei para
caramba, o que foi bom, porque estava cheia
de fugir das perguntas e dos olhares
inquisidores da Lisa, que queria saber
sobre o meu relacionamento (ou melhor, meu
não relacionamento) com o Taehyung. Ainda
não estou preparada para falar sobre isso com
ela. Não estou nem preparada para falar
sobre isso com ele, porra! Quando o Jeon
apareceu para buscar a namorada, quase me
pegou pelo braço e me obrigou a pegar carona
com ele. Mas aí se distraiu conversando com
o Lou, e eu literalmente fugi pela porta dos
fundos e fui para casa no meu próprio carro.

Alguma coisa estranha estava acontecendo. O
Kook é mesmo mandão e autoritário, mas
costuma baixar a bola comigo, porque não
entro na onda dele de jeito nenhum.
Recebi um torpedo da Chae quando estava
saindo do estacionamento, dizendo para eu
parar o carro na porta de casa e que tinha
deixado as luzes acesas para mim. Era uma
atitude meio estranha, cheia de segredos e
cuidadosa demais.

Fiquei arrepiada.

Quando cheguei na porta, a casa estava em
silêncio. A luz do quarto da Chae estava
desligada, mas a do Taehyung não. Como
ainda não sabia direito como ia ser essa nova
situação, resolvi tomar um banho e dar um tempinho para organizar meus pensamentos, antes de ir lá falar com ele. Peguei umas
calças de malha e uma blusa de stretch e fui
até o banheiro no maior silêncio.

Divido o segundo banheiro da casa com o
Taehyung. Antes de começar a enfiar minha
língua na garganta dele, nunca tinha parado
para pensar que isso era uma grande
intimidade. Por exemplo: todas aquelas
coisas que ele passa no cabelo ficam
espalhados no balcão, bem do lado das coisas
que uso para ficar cheirosa e bonita. O gato
deixa uma coleção de anéis grossos do lado da
pia e um monte de palhetas de guitarra na
saboneteira, do lado dos vidros de perfume
caro que deixei ali porque fiquei com preguiça
de guardar. Tinha um daqueles cintos de
couro com tachas atrás da privada, e a saia do
meu uniforme de líder de torcida estava
jogada no chão. De algum jeito, sem eu nem
perceber, minha vida já estava tão
entrelaçada com a dele que parecia uma coisa
simples e natural.

Gosto de ter minhas coisas misturadas com
as do Taehyung. É uma bagunça interessante,
como eu e ele.

Quando estava voltando para o meu quarto,
tive que parar na frente da porta porque ouvi
música vindo pelo corredor. Não era aquela
coisa barulhenta, de romper os tímpanos
dar dor de cabeça que ele costuma ouvir a todo volume, mas uma guitarra suave e a voz mais bonita que eu já tinha ouvido. Não
consegui reconhecer o que era, porque nunca
tinha ouvido, mas era uma música sedutora o
suficiente para eu jogar minhas coisas no
chão e atravessar o corredor sem pensar duas
vezes. Bati na porta, e o som da guitarra
parou, e o Taehyung disse para eu entrar.
Quando fiz isso, fiquei sem ar, e meu coração
afundou e voltou.

O Taehyung estava sentado no meio da cama,
com aquelas pernas compridas esticadas e os
tornozelos cruzados. Sem camisa, o que já era
sensual e provocante. Aquela tatuagem
gigante em tons de cinza e preto que cobre o
peito inteiro parecia ameaçadora atrás da
guitarra acústica que ele estava segurando.
Essa visão que me fez recuperar o fôlego e
lembrar por que ele põe todas as minhas boas
intenções à prova. Estava com a cabeça baixa,
rabiscando alguma coisa em um caderno.

𝐑𝐎𝐂𝐊𝐒𝐓𝐀𝐑 - 𝐊𝐓𝐇+𝐉𝐍𝐊Onde histórias criam vida. Descubra agora