Capítulo 09.

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Eu estava atrasada, o que não faz meu estilo

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Eu estava atrasada, o que não faz meu estilo.

Mas agora que não passo mais as noites
sozinha, e o Taehyung tinha ficado com a
mania de me acordar pondo as mãos e a boca
em lugares que fico vermelha só de pensar,
isso estava ficando cada vez mais comum.
Já fazia dois dias que o Jongin não dava
notícias. Todo mundo ainda estava
sobressaltado com a tentativa de assalto (que,
com certeza, tinha a ver com o meu irmão),
mas não vi mais aquele desconhecido
rondando. Está tudo correndo normalmente.

Cada vez mais, sinto que vai ser um desafio
deixar as coisas rolarem com o Taehyung de
um jeito fácil de controlar. Ele e suas músicas
têm camadas e mais camadas que eu nunca
tinha parado para prestar atenção. E, agora
que sei que o Taehyung de verdade vai muito
além do Taehyung da minha fantasia, estou
indo ladeira abaixo, mas não queria.

Esse homem faz tudo com uma intensidade e
um foco que eu jamais imaginei que tinha. E
ambicioso e, pelo que parece, muito
requisitado. O celular dele não para de tocar,
seja dia ou noite, e ele está sempre correndo
para lá e para cá, arrumando shows ou
contornando crises das bandas.

Alguma coisa na banda dele o deixava meio
tenso. O Taehyung não quer falar disso, mas,
pelo que consegui pescar, o pessoal quer que ele tope fazer alguma turnê e estão chateados porque ele não está a fim. Também rolam uns
telefonemas que o deixam mal-humorado e
impaciente por horas e horas. Mas, quando
pergunto o que é, ele simplesmente encolhe
os ombros e muda de assunto. Como não
estou preparada para revelar meu passado,
acho que é melhor não insistir. Só que me dói
vê-lo sofrendo com isso. E fico chocada de ver
o quanto eu queria poder ajudá-lo.

Além disso, ele canta para mim todas as
noites.

Não sei o que posso fazer para não me
apaixonar completamente por ele, para não
ficar sonhando em ter algo a mais, se todas as
noites pego no sono com aquela voz
maravilhosa cantando músicas de amor e dor
de cotovelo. Para um garoto que tem um anjo
da morte gigante tatuado no peito e uns
piercings nas orelhas que parecem os chifres
do capeta, até que ele conhece bastante
clássicos country e folk. Tem noites que ele
canta Johnny Cash e Patsy Cline. Outras, vai
de Hank Williams e Waylon Jennings. Nem
gosto muito dessas músicas antigas, mas não
posso negar que, quando é o Taehyung que
está cantando só para mim, consigo perceber
a diferença na qualidade dessas composições
em relação às que eu costumo ouvir. Também
sei que, apesar de todos os meus esforços
contrários, os seus braços estão virando
rapidinho o único lugar onde quero estar.

Me faz lembrar de quando eu era pequena e
achava triste a minha mãe nunca cantar
canções de ninar quando nos punha na cama.

Todas as mães sulistas que se prezam cantam
para os filhos. Essa era só mais uma coisa que
eu não tive e encontrei nessa vida nova que
construí.

Estava tentando lembrar se tinha terminado
meus trabalhos da faculdade e se tinha
pegado meu uniforme do trabalho quando
tive que parar de repente. Na base da escada
do prédio de ciências, vi duas figuras bem
conhecidas, e me deu um aperto no estomago.

𝐑𝐎𝐂𝐊𝐒𝐓𝐀𝐑 - 𝐊𝐓𝐇+𝐉𝐍𝐊Onde histórias criam vida. Descubra agora