O que a loirinha fez?

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Bianca estava na academia mais
cedo do que o esperado, precisava
ocupar sua mente com qualquer
coisa que não fosse  Rafa Kalimann.

Distribuía socos no saco de box
com tamanha vontade que seu
treinador estava impressionado,
por chegar muito antes de Flay
tinha a atenção total de Robert que
lhe orientava em seus movimentos
para os torná-la perfeitos. A
morena tentava ao máximo se
concentrar em fazer tudo que seu
treinador mandava, eliminando
todos os pensamentos ruins que
tinha sido na noite anterior. Sentia
seu corpo implorar por descanso,
mas não parava, transpirando por
toda parte enquanto ofegava. Era
sua maneira de se libertar, gastar
energias em qualquer coisa que
realmente valesse a pena.

Não sabia ao certo se seu namoro
que havia começado ontem havia
acabado, não tinha respostas para
nada e isso lhe irritava. A forma
como Rafaella ficou muda com as
palavras que saíram por sua boca.

Eu te amo. Porra, falou com todo
seu coração esperando ouvir pelo
menos um "obrigado" de volta,
mas a loira só a surpreendia e não
era em um quesito bom. Deixou
que a morena saísse pela porta
da sua casa, como se não tivesse
acabado de declarar seus mais
fortes sentimentos pela mesma.

Naquela noite Bianca chorou
como uma criança, sozinha
em seu quarto triste por não
conseguir a reciprocidade em seu
relacionamento.

Era como se Rafaella terminasse
com todas suas expectativas,
não esperava que as tão famosas
palavrinhas saíssem naquela
noite ou naquele momento,
simplesmente saíram com
naturalidade. Não queria ser
egoísta ao pensar que queria um
"eu também te amo" de volta,
queria apenas que a loira pelo
menos ficaria feliz, mas não. Tudo
que Rafa fez foi ficar estática em
seu quarto, observou Bianca vestir
as roupas, pegar suas chaves e
sair, não pronunciar um "a". E
por mais que tudo que a morena
queria ouvir era um "fica" recebeu
aquele silêncio como um "tanto
faz".

- Tudo bem, Andrade. Vamos dar
um tempo. - Robert pediu vendo o
quanto a aluna estava desgastada.

- Não, eu posso continuar.

Insistiu, continuando a distribuir
socos pelo saco. O mais velho
negou, posicionando-se perto
do saco de boxe e o segurando
com firmeza. Encarou os olhos
de Bianca, a garota poderia tentar
esconder de todas as formas,
mas seus castanhos avermelhados
denunciavam que havia algo
errado.

- Chaga, Bia. - ele pediu
novamente. - Descansa, daqui a
pouco a Flay está aí e você vai
estar morta.

- Olha não seria má ideia.

Murmurou, parando com
seus movimentos e alongando
levemente seu corpo. Passou a
manhã inteira fugindo de seus
amigos, não queria interrogatórios
inclusive deles que não são os fãs
número um de Rafaella. Não que
seus colegas da BASIS não gostem
dela, mas não são nada a favor
por ela ser uma Kalimann e todos dizem que a mesma vai magoar, talvez não estejam tão errados.

Sentou-se nos bancos ao canto da
academia, relaxando seu corpo e
respirando fundo algumas vezes
para recuperar seu fôlego. Se
sentia uma idiota por demonstrar
tanto sentimentos a Rafaella, ela
aparentemente não merecia
receber palavras tão bonitas.

Andrade pegou em seu celular, iria
deixar o tempo passar até sua
colega chegar, mas arrependeu-se
de fazer. Havia algumas
mensagens da loira claramente em
desespero.

— Bia, por favor, vamos conversar.
Não vamos terminar assim, eu
sinto muito.

— Você pode vir até minha casa? Eu
quero muito conversar, por favor.

Be My Forever. - Versão RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora