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POV SARAH ANDRADE

Resolvo sair de casa sem tomar café , quero ir a um lugar especial nessa manhã , acelero o carro e chego em Ipanema e estaciono na porta do Gringo café. O Gringo Café é ideal para qualquer momento do dia, é um pedacinho dos Estados Unidos, em Ipanema. Entro no local que já tem algumas pessoas e me sento numa mesa de canto. 

– Sarah? 

– oi Seu Carlos – digo com um sorriso de canto e ele vem me abraçar

– Quanto tempo Sarah , que saudade de você eu pensei que você ainda estava fora do país – diz se sentando em minha frente 

– eu só fiquei lá 1 ano e logo vim assumir a presidência da empresa, você sabe Carolline estava cansada da vida de CEO – digo alcançando o cardápio

– e como voce está ? Depois de tudo ? –me olha com cautela enquanto finjo ler o cardápio

– bom , seguindo a vida , não do jeito que eu gostaria , mas estou. 

– é muito bom te ver de novo Sarah , não some , você faz falta assim como ela. – olho pra ele e seguro em sua mão por cima da mesa e lhe dou um sorriso tranquilizador. Seu Carlos é um amigo de longa data, conheceu meus pais antes de se casarem e eu e Carolline sempre tomávamos café da manhã aqui ou vínhamos depois da faculdade. 

– vou trazer panquecas com calda de frutas vermelhas pra você e um café preto , certo? – assinto sorrindo  com a cabeça e ele se vai.

Tomo meu café tranquilamente ali , com o pensamento distante , de cabeça baixa , de vez em quando observo as pessoas , observo o lado de fora começando a ficar agitado , quando ouço algo que chama minha atenção no noticiário da TV local e paro o garfo no ar olhando petrificada pra televisão.

FAB encontra vestígios no mar que podem ser do avião desaparecido

" - A Força Aérea Brasileira avistou na madrugada de hoje, no Oceano Atlântico, vestígios que podem ser do jato particular que desapareceu com 6 pessoas a bordo quando viajava entre o Rio de Janeiro e  Paris , informaram fontes oficiais. "

E foi só isso que eu ouvi , meu corpo ficou leve , parece que eu desapareci no ar , sinto uma mão em meu ombro a me consolar enquanto olho pra televisão incapaz de esboçar qualquer reação. Não sei quanto tempo eu fiquei ali inerte quando ouço meu telefone tocar e minha visão volta a focar e olho pro telefone vendo o nome de Carolline na tela. Olho pro lado e Carlos me analisa por trás de seus óculos , ele faz um movimento com a cabeça indicando que eu deveria ir e eu me levanto da mesa e saio as pressas de lá.

O caminho até a empresa parece ter aumentado consideravelmente  pra mim mesmo sendo no mesmo bairro do café e meu telefone ainda insistia em tocar , por fim, chego ao estacionamento da empresa , estaciono de qualquer jeito na minha vaga e saio praticamente correndo pros elevadores entrando no elevador privativo e parando na cobertura. Pego o corredor à esquerda , mais a frente passando pela mesa onde está Camilla que me olha sem entender e entro em um solavanco na sala de Carolline que está sentada com seu telefone na orelha, ela me olha com pesar e deixa o telefone na mesa e corre até mim. E aí eu desabo em seus braços.

– calma meu amor , shhhh, vai ficar tudo bem... – eu me agarro a ela chorando alto como se ela fosse meu bote de salvação , como se fosse meu ar , como se eu só tivesse ela na vida – vem cá senta aqui – diz me ajudando a caminham enquanto tenho a visão transpassada pelas lágrimas

 – acharam ela , acharam – minha voz é um murmuro quase estrangulado e cada palavra dita dói como um corte ao sair

– não temos certeza ainda – ela segura meu rosto com as duas mãos – vamos esperar as investigações pra termos certeza ,huh? Não se martirize ainda – ela levanta até uma mini geladeira que tem no canto da sala pegando uma garrafa d'água e me entregando. Bebo quase toda a água praticamente sem ver. – se quiser eu posso ficar aqui e remarcar a viagem 

ALL ABOUT US - SARIETTE (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora