- Hoje deve ser a Seulgi quem te busca. Acho bem difícil, mas, caso contrário, eu ligo. Se cuida, viu? Qualquer coisa, manda mensagem. Beijinhos, te amo.
Era segunda-feira de novo, e Karina já estava do lado de fora do carro de Irene quando ouviu as despedidas. Da calçada, Karina fez joinhas duplos para a mãe, depois de ajeitar a mochila nos ombros.
- Te amo, também. Bom trampo pra senhora.
Karina ainda bateu uma última continência e acenou. Também viu Irene balançar a mão para ela, antes de fechar a porta do carona. Aí Karina se virou de frente para escola e encarou a imensidão do prédio, de baixo a cima. Seu obstáculo do dia. Karina ainda não sabia como agiria perto de Winter Kim, depois da surpresa de sábado, mas suspirou para tomar coragem.
Era tudo o que podia fazer, no fim das contas. Respirar. E dar o primeiro passo em direção aos portões de entrada.
- Ei, Rina! Espera aí!
Ou ser interrompida, logo depois de dar o primeiro passo em direção aos portões de entrada. Pé esquerdo. Karina devia ter dado um primeiro passo mais consciente, mas, enfim. Olhou para trás e viu que era Giselle quem saía de um dos carros parados à calçada. Se era o pai ou a mãe da Kang ao volante, Karina não conseguiu ver. Acenou naquela direção mesmo assim.
- Trouxe o trabalho, não trouxe? – Giselle a cumprimentou com um gesto de mãos combinado entre elas, assim que passaram a caminhar juntas em direção à entrada.
- Claro que trouxe. Quando eu mandei mensagem pra vocês avisando que tinha imprimido, já tava até na mochila. – E quando passou pelas catracas de entrada, Karina mandou um joinha também para o porteiro, que lhe respondeu com um "bom dia". – Cês botam muito pouca fé na minha memória.
- Você também coloca, a gente só vai junto. – Karina riu do dito ela prima, já que não podia fazer menos do que concordar. – Pelo menos dessa vez a gente não vai ter que apresentar.
- Ah, mas o professor de história é tranquilo. Pra apresentação de trabalho dele é só trocar umas ideias historiográficas que ele acha top. Não falou nenhuma besteira e ainda bateu um papo filosófico com ele depois da fala? Toma um dez. – Como Giselle também não poderia discordar de Karina, a Kang apenas riu do dito pela prima.
Depois disso, ambas entraram no prédio de aulas em silêncio. Seguiram até o respectivo andar em silêncio e silêncio foi a última coisa que encontraram ao adentrarem a sala de aula. Já estava quase cheia de alunos. Vivian Ning e Winter Kim já presentes, dentre eles. Conversavam entre si, nas últimas cadeiras da segunda fileira mais próxima à janela. Meio que tinham se mudado definitivamente para aquelas carteiras há algum tempo. O que Karina costumava achar muito bom, normalmente.
Karina estava achando quase péssimo, naquele momento. Mas, ao mesmo tempo, não era mulher de fugir do nervosismo. Karina o encarava de frente. Então, novamente, vestiu a cara e a coragem e seguiu a prima para os seus costumeiros assentos.
- Bom dia, gente. – Giselle cumprimentou ao se sentar na penúltima cadeira. Karina cumprimentou com um discreto sorriso, tanto Vivian quanto a Kim. Ambas devolveram o gesto. O contato visual da Kim só durou uns segundos a mais, mas não foi como se Karina tivesse conseguido retribuir por muito tempo.
Deu mais um passo para se sentar na última carteira, e prestou atenção única e exclusivamente na bolsa que deixou sobre a mesa. Abriu o zíper, preparada para retirar o que precisava dali até avistar uma sacola plástica entre os seus materiais. Depois. Era melhor deixar a sacola para depois. Retirou apenas o que queria, então. Um maço de papel, grampeado, que estendeu para frente, em direção às outras.
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Eis que os filhos são herança do Senhor!
FanfictionKarina Bae sabia que a vida de estudante do último ano do Ensino Médio não era a das mais fáceis. São cobranças da escola pelo desempenho perfeito nos vestibulares, a pressão de ter que escolher tão prematuramente uma carreira para se seguir pelo re...