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Aaliyah

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Aaliyah

22 de Novembro de 1968

Na manhã seguinte eu já estava me sentindo nervosa em relação a visita. Parecia que se passou muito tempo desde que nos vimos e dia vinte cinco desse mês fará um ano que Khalil morreu.

A ansiedade tomava conta do meu corpo e eu nem sabia como chegar na casa da minha avó, depois de todo esse tempo fora. Apesar de mandar cartões postais para elas assim como eu mando para meu pai de todos os lugares que estive. Isso não é suficiente e com toda certeza vê-las pessoalmente será algo emocionante e sem roteiros.

Simplesmente não sei o que esperar delas, se elas ficarão alegres em me ver ou não.

Devo ressaltar que tenho boas memórias das duas, apesar da distância recorrente, mas eu passei vários feriados com a minha vó, ou em dias que minha mãe trabalhava até tarde na casa das patroas. Vó Teresa sempre fazia um bolo de chocolate que eu amava.

Além disso, na igreja eu amava ouvir a tia Denise cantar. Talvez seja por isso que eu ame tanto música e ao notar que eu gostava de música minha tia passou a me levar para igreja para aprender a cantar e acabei aprendendo a tocar violão, baixo e guitarra. Eu também sei tocar algumas notas de teclado e tudo isso pela oportunidade que tive na igreja.

Ela e minha mãe adoravam me ver cantando e tocando as notas do violão. Minha vó Teresa, por outro lado, dizia que eu poderia cantar apenas na igreja, pois a vida de um cantor é suja e cheia de pecado.

Essas cantoras fora da igreja são todas devassas, sua voz é linda. Tem que continuar cantando na igreja, protegendo seu dom dos anjos, Aaliyah.

Engraçado pensar nessa frase nesse momento e depois das experiências que tive. No entanto, não tenho arrependimentos, mas agora compreendo minha avó Teresa. Bem, é um mundo perigoso lá fora, porém, eu não sou uma garotinha e sei o que eu quero.

Eu também sei onde estão as coisas mais perigosas e procuro evitá-las. Sinceramente, tudo que quero é fazer música e ser aplaudida por isso, porque eu mereço e tenho talento.

Estou me tornando uma mulher e amo o que faço. Espero que a vovó possa entender isso.

Me olho pelo espelho do banheiro pela milionésima vez. Estava usando um vestido amarelo longo e de algodão. Havia um casaco me esperando, afinal, é um dia frio aqui em Nova Orleans e eu alisei meu cabelo, mas fiz mechas onduladas.

Será que eu exagerei?

Será que tia Denise e vó Teresa vão gostar de mim quando eu chegar assim?

— Uau! Você me surpreende cada dia mais — Harry diz entrando no banheiro e mordo meus lábios.

Estou mesmo ansiosa, porque essas mulheres que irei visitar são as outras pessoas que estiveram bastante próximas de minha mãe. E se elas não gostarem mais de mim?

Astromélia || H.S || CompleteOnde histórias criam vida. Descubra agora