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Harry

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Harry

27 de Março de 1973

Aaliyah acabou de lançar um álbum.

Apenas fiquei sabendo desse álbum quando o vi na loja e comprei sem hesitar. Quando cheguei em casa a primeira coisa que fiz foi colocar o disco na vitrola.

Escutar a voz de Aaliyah depois de quase dois anos fez meu corpo estremecer. Esse é o poder que Henderson tem em mim e eu não consigo controlar esses sentimentos e sensações tão bem quanto eu gostaria. Apenas quero enfia-las para dentro do meu peito e esquecer Ally.

Curiosamente, apenas o pensamento de esquecer ela dói mais do que estar longe dela. Por isso, eu fico escutando o álbum.

Devo ressaltar, portanto, que a sua voz nunca esteve tão boa. A interpretação que acompanha as notas é surreal, ela sente a música e não canta apenas porque faz isso sem desafinar.

Henderson conseguiu se elevar com esse álbum. Sempre soube que ela era uma artista maravilhosa, mas o que ela fez aqui foi surreal. Ally pode se mostrar e fez algo esplêndido.

Ela misturou gentilmente o jazz com o rock e ainda adicionou o funky. Ela está sendo uma pioneira e qualquer um que entende de música sabe que as melodias e as notas que ela deu aqui são surpreendentes e é o tipo de coisa que só quem entende e estuda música faz.

Aaliyah Henderson está mostrando para todo o mundo que ela não é uma amadora.

Se eles soubessem que a maior parte das músicas do Silver Lupine não existiriam sem ela, pensariam várias vezes antes de escrever matérias tendenciosas que a machucaram.

Outra coisa que saiu muito bem desse álbum, foram as letras das músicas. Ela criou letras fáceis de cantar, mas não apenas isso, Ally não colocou neste álbum apenas canções de amor.

Muitas mulheres cantam sobre isso, elas cantam histórias de como perderam o seu homem, a espera do seu homem e essa narrativa da dependência masculina. O que Aaliyah propôs aqui não foi isso. Quer dizer, ela cantou sobre perder alguém e muitos vão achar que sou eu, mas quando ele cantou 'My little boy, beautiful little boy'* ela não estava falando de mim, era de Brian.

Henderson também cantou sobre amor próprio, sobre se cuidar para cuidar do outro. Sobre sonhos e também e como sempre faz, existe aquela música que critica o sistema, uma canção discreta e quando você olha o todo, a crítica está lá, bem na sua cara.

Aaliyah foi discreta nesse álbum e senti apenas uma música direcionada para mim. Aaliyah não é do tipo que vai tornar a música sobre um diário aberto a sua vida pessoal e eu entendo isso. Ela gosta da música, gosta das letras e das melodias. Irá brincar com isso e o que acontece fora do estúdio é outro mundo.

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