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Aaliyah

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Aaliyah

28 de Maio de 1968

Admito que no fundo eu sabia que tio John era meu pai, só que eu acreditei nessa ideia porque ele sempre me tratou melhor do que o homem que eu aprendi a chamar de pai.

Então usá-lo como uma imagem paterna soava melhor na minha cabeça do que ter Travis como pai.

Só que é verdade, o tio John é meu pai e foi embora para me proteger e para proteger minha mãe. Ele foi embora, porque Travis estava disposto a matar e eu lembro que havia brigas, mas não consigo me lembrar da intensidade delas.

Tentava me forçar a me lembrar daquela época, mas isso me causava mais dor.

Uma dor forte no peito e eu só conseguia chorar. Sinto tanta saudades da minha mãe e do meu irmão que perco o ar.

Travis escondeu cartas da minha mãe, cartas que poderiam fazer ela ir embora com Khalil e eu. Poderíamos estar em um lugar melhor, eles poderiam estar vivos.

Fico olhando para o mar à minha frente. A praia me acalma, a água chocando na área com suavidade, ela estava tranquila, mas eu me sentia agitada.

Tio John é o meu pai e eu não sei como me sentir em relação a isso, porque faz mais de dez anos que ele esteve fora.

Eu cheguei a pensar que ele tinha morrido.

Gostaria de esquecer das dores que passei em Nova Orleans, porque estou recomeçando aqui e estou seguindo meu caminho.

Estou bem e ontem a noite eu me senti tão bem quando estava com Harry, me sentia incrível, me senti amada e esse sentimento é tão alto.

Agora, esses sentimentos e as memórias de Nova Orleans voltaram e isso me feriu.

Apenas me mostrou que as coisas não parecem cem por cento resolvidas e que minhas feridas ainda podem sangrar e doer como se estivessem sendo abertas pela primeira vez.

— Aaliyah — Harry me chama e eu abraço meus joelhos.

Escuto seus passos e ele se senta ao meu lado na areia.

— Hey, Ally — me chama suavemente e eu abraço o moreno. Ele agarra o meu cabelo e beija o topo da minha cabeça. — O que houve lá?

— Aquele homem na casa de Megan é o meu tio John — digo e olho para o moreno. Ele segura meu rosto. — E o tio John é o meu pai. Eu pensei que ele estava morto.

— E o que ele estava fazendo aqui?

Respiro fundo e o moreno acaricia minha bochecha, ele limpa meu rosto. Os seus olhos verdes ficam me encarando e ele está prestando atenção em mim, ele está aqui comigo.

Respiro fundo de novo e conto para o moreno tudo que ouvi do tio John.

Das suas cartas omitas para minha mãe. Conto das ameaças de Travis e que tio John foi para Inglaterra e voltou recentemente. Conto para Harry que Travis teve um derrame. Também digo a Harry tudo que me lembrava do meu tio John quando criança e no fim, apenas deitei minha cabeça no ombro do britânico e ele ficou fazendo carinho no meu braço e observando a praia comigo por um bom tempo. Era apenas silêncio e a companhia dele e aquilo estava sendo mais do que suficiente para mim, porque eu precisava disso.

Astromélia || H.S || CompleteOnde histórias criam vida. Descubra agora