A Madrasta

Um cavalheiro

Os dias não paravam e as crianças estavam prontas pra voltar às aulas e como era a primeira vez que Alba faria parte desse momento da vida dos pequenos fez questão de levá-los pra escola, junto de Eladio.

Alba: Foi tão bom ver a felicidade dos gêmeos voltando pra escola e principalmente a da Maria que teve seu primeiro dia de aula fora da ONG.

Eladio: Foi mesmo e agora que as crianças estão na escola eu tenho você só pra mim. (Abraça a amada por trás).

Alba: Mas tem uma coisa me incomodando, amor.

Eladio: O que?

Alba: O Valentin está distante de mim, desde o casamento ele não é mais o mesmo comigo.

Eladio: Não deve ser nada.

Alba: É sim, ele tem ciúme de mim porque pensa que eu roubei a sua atenção.

Eladio: Mas eu tenho dado a mesma atenção pra toda a minha família.

Alba: Eu sei, mas antes vocês eram mais grudados e agora isso mudou.

Eladio: Será que é isso mesmo?

Alba: Me preocupa que ele me veja como uma inimiga.

Eladio: Prometo que vou falar com ele.

Alba: Tenho uma ideia.

Eladio: O que você disser eu farei.

Alba: Vamos fazer o seguinte, uma vez ou duas na semana faremos o dia das meninas e dos meninos e então você e o Valentin passam o dia juntos, enquanto a Valentina, a Maria e eu passaremos juntas.

Eladio: Amei essa ideia, sempre soube que você é uma mulher sábia, apesar de ter me dado trabalho.

Alba: Seu bobo! (Bate no peito do amado rindo).

Eladio: Só falei a verdade, mas eu faria tudo de novo só pra te conquistar.

Alba: Obrigada por tudo, por tanto amor e por ter me dado uma família tão linda.

Eladio: Obrigado a você também, por ter me completado, por ser a mãe dos meus filhos e por ter me permitido ser o pai da Maria.

Alba: Nunca imaginei que depois do que aconteceu comigo eu seria feliz.

Eladio: Meu amor, você nunca me contou direito o que aconteceu.

Alba: Tem razão e eu te devo a verdade.

Eladio: Que verdade?

Alba: Eu era empregada doméstica antes de descobrir que tinha um avô rico, mas mesmo depois de ter feito essa descoberta quis continuar trabalhando pra ensinar a Ana Luíza a dar valor as coisas que se conquistam batalhando, mas quando ela completou dezoito anos... (Se vira de costas e se afasta do amado abraçando os braços já com os olhos marejados).

Eladio: O que aconteceu?

Alba: Fui trabalhar e encontrei a minha patroa morta, de imediato chamei a polícia, mas o que eu não sabia era que a arma do crime tinha as minhas digitais, tudo foi armado pra que pensassem que eu era uma assassina e como meu avô estava viajando pelo mundo a negócios fiquei quatro anos na prisão.

Eladio: Quem? Me diga quem foi a pessoa cruel que causou isso a você.

Alba: Você a conhece, pois viveu muito tempo ao lado dela e teve filhos com ela.

Eladio: Ivana? Foi ela quem te causou tanto mal.

Alba: Sim foi ela porque sempre teve uma obsessão por você e nunca aceitou que eu tivesse engravidado de você.

Eladio: Aquela... (Fecha a mão com raiva e leva até a boca). Pelo menos agora ela está pagando o que te fez.

Alba: Mas essa ferida do passado ainda não cicatrizou.

Eladio: Com o tempo Deus irá curar essa ferida e agora que tenho você ao meu lado poderei ajudar na sua cura, meu amor. (Beija o ombro da amada).

Alba: Obrigada por estar comigo. (Sorri).

Eladio: Você é a mulher da minha vida, Deus me deu você e por isso irei valorizar, respeitar e cuidar com muito amor. (A pega no colo).

Alba: Você é um cavalheiro.

Eladio: Não tenho uma armadura reluzente, mas te ofereço um palácio no meu coração, mi vida.

Alba: Que fofo.

Eladio: Quando estou ao seu lado só sinto coisas boas. (Coloca a amada no chão e a beija).

Mima: Senhores, a senhora Ana Luíza. (A anuncia e se retira).

Eladio: Princesa, que bom te ver. (Abraça a filha).

Ana Lu: Oi, papai. (Corresponde o abraço toda sorridente).

Alba: Filha, qual a razão da visita? O meu genro e o meu neto não vieram com você? (Pergunta abraçando-a).

Ana Lu: Vim dar uma notícia pra vocês e o Marcelo foi acompanhar o Henry em uma apresentação sobre a profissão dos pais.

Alba: Então conte que notícia é essa que eu já estou morrendo de curiosidade. (Sorri).

Ana Lu: Estou grávida, vocês serão avós de novo. (Sorri toda contente).

Alba: Parabéns, filha. (Abraça a filha novamente).

Eladio: Parabéns minha princesa. (Beija a cabeça da filha e em seguida beija a barriga dela). Vou mimar muito esse bebezinho.

Alba: E eu irei fazer o mesmo.

Ana Lu: Vocês são os melhores pais que existem. (Os abraça).

Eladio: Nós tentamos! (Sorri). Ana, você poderia me tirar uma curiosidade?

Ana Lu: Claro, pode falar.

Eladio: Sua mãe me disse que te deu o nome de Aurora, mas você mudou pra Ana Luíza que é justamente o nome que eu sempre falei que colocaria em uma filha se um dia tivesse uma.

Ana Lu: Um pouco foi pra me esconder da mamãe, mas também foi porque por alguma razão sempre gostei desse nome, agora sei porque. (Sorri). Porém se esse bebê que eu espero for menina irá se chamar Aurora.

Eladio: Ok, agora que você matou minha curiosidade, faço questão de preparar alguma coisa deliciosa para as minhas princesas. (Sorri).

Ana Lu: O senhor é um cavalheiro, papai.

Alba: Eu disse a mesma coisa pouco antes de você chegar.

13/2/22