🄼🅄🅂🄸🄲🄸🅂 🄰🄵🄵🄴🄲🅃🅄🅂; Bruce Wayne

🄱🄻🄰🄲🄺 🄾🅄🅃 🄳🄰🅈🅂

"Fale em línguas

Eu sequer reconheço seu rosto

Espelho na parede

Me diga todas as maneiras de ficar longe"

- Black out days, Phantogram

VERONA, 1591

A pressa do homem ao correr em direção ao corpo caído é desesperadora. Sem ninguém, sem ajuda, sem opção. Ele não conseguiria se manter distante. Ele não conseguiria deixá-la ir. Ele contrariaria o destino e ficaria com ela, mesmo que fosse em morte.

"Por favor, não" Ele sussurra, agarrado a seu corpo. Os olhos frios e azuis enchendo de lágrimas.

O homem, Romeu Montecchio, filho único da familia, chorou por cima de sua amada Julieta, aquela a quem nunca poderia ter. "Fique comigo, por favor."

Mas a garota nunca mais ouviria. Não ouviria o choro do homem, o quanto sua cabeça gritava por socorro. Estavam destinados a perder um ao outro. A única pessoa que o tinha feito sentir algo em todas as vidas.

"Por favor, fique." A ausência de resposta o desespera. "Ao menos me deixe ir com você." ele sussurra.

GOTHAM CITY, 2022

02:34 AM

Eles deveriam estar acostumados, já que agora, acontecia de novo. Mas nada no mundo pode explicar a ligação de almas, mesmo através dos séculos.

Mais uma vez o homem a achara e agora a perderia. Já tinham se visto antes, já tinham se amado antes. Mas nunca como Bruce Wayne e S/n Wayne. Bruce a tinha amado como Helena de Tróia, Julieta Capuleto, Cleópatra e ela se apaixonado por ele como Paris, Romeu e Marco Antônio. Não importava quantas vezes suas almas se encontravam, um deles sempre pertenceria a morte. Era um preço a se pagar pelo fardo de ser um herói. 

Mas agora as coisas eram diferentes para eles.

S/n não deveria. Não podia deixá-lo. O homem encara, paralisado. Sua alma não se importava se aquilo já tinha acontecido antes, Bruce não se importava se aquilo parecia um djavu doentio. Ele não podia aguentar perdê-la.

A chuva encharca ambos na madrugada escura de Gotham. Bruce via os flashes passarem por ele, mas não escutava nada além do zumbido ensurdecedor em seus em seus ouvidos e o farfalhar de sua capa. Primeiro Jason, arrancando o capacete, desesperado, se arrastando em direção a mãe, que pressionava o peito com um vestígio de sorriso doentio em seu rosto. Os flashes azul e verde vieram depois, Richard e Damian em desespero. 

O menor observa o palhaço enquanto se aproxima, golpeando com uma fúria desenfreada.

S/n Wayne, sua esposa, travava o olhar com Bruce. Os olhos luminosos mesmo no escuro. A respiração de Bruce presa, as mãos tremendo. Ele imagina a toxina doentia do palhaço se espalhando por seu corpo, pequeno em comparação ao dele, corpo que ele segurava rente ao peito todas as noites. 

Ela morreria, ele sabia, e ele sofreria.

Então pela primeira vez em séculos ele só deixou a dor entrar.