[ROMANCE LGBT]
Nathan era agressivo - ou pelo menos era isso que diziam.
Sua impulsividade e seu tdah, que o tornavam um péssimo aluno, também o tornavam imbatível nas quadras- a ferocidade e a paixão quase obsessiva de Nathan era o que havia tornad...
NOTAS: Olá e muito obrigada a quem apareceu no último capítulo, vocês são uns amores! Espero que gostem, não se esqueçam comentar nesse capítulo que é o que me incentiva a continuar postando a fic. Boa leitura! <3
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Bernardo
Eu descobri da maneira difícil que quando a minha psicóloga me disse que eu conseguiria fazer qualquer coisa que eu quisesse, ela não quis dizer qualquer coisa.
— Eu cometi um erro — reclamei, andando de um lado para o outro no consultório. — Eu claramente cometi um erro entrando para esse time. Agora todo mundo da escola vai ficar sabendo que eu sou péssimo, vão rir de mim, e a última coisa que eu preciso é sofrer bullying no meu último ano!
Maria, minha psicóloga, me olhava com o olhar calmo, apesar de eu estar muito obviamente surtando.
—Bernardo, vamos sentar e você me conta com calma como foi a escola — pediu. — Combinado?
Sentei, de braços cruzados e irritado.
Eu me segurava a semana inteira e extravasava todo meu ódio aqui, na consulta.
Tentei organizar as informações na minha cabeça.
— Não foi ruim — admiti. — Eu fiz uns amigos. Dois, mas já é mais do que eu esperava que faria.
Maria sorriu para mim.
— Isso é ótimo!
— É, estava tudo indo ótimo. Mas ai eu vi um maldito teste para o time de vôlei e pensei "ah, o que eu tenho a perder?". Minha dignidade, era isso que eu tinha a perder!
Ela nunca sabia se ria das minhas piadas ou não. Nem eu sabia.
— Então você foi mal no teste?
— Eu fui terrível. Mas minha humilhação não acabou aí, me aceitaram no time e eu passei vergonha o treino inteiro. Para melhorar, tem um garoto insuportável que me deu uma bolada no meio da cara! Eu juro que tenho vontade de ficar nesse time só pra irritar ele, só para ele ver que pode implicar comigo o quanto for que eu não vou desistir. O problema é que eu quero desistir. Mas não quero dar a ele esse gostinho de que me fez desistir. Socorro?
Haviam algumas consultas que ela estava tentando me incentivar a ser mais positivo, a ver o "copo meio cheio": eu fiz amigos, entrei no time, isso é muito mais do que o eu de 1 ano atrás conseguiria fazer. Por um lado, ela tinha um ponto. Por outro, eu definitivamente queria continuar reclamando.
— Usa essa motivação — ela aconselhou. — Se querer provar que esse garoto estava errado sobre você for o que te motiva a continuar indo aos treinos, então usa isso a seu favor. O importante é você não perder o ritmo agora que engatou: continuar indo às aulas e se envolvendo em atividades extracurriculares, isso vai ser bom para você sair um pouco do seu casulo.
