Opa povo, a sugestão musical da autora pro capítulo de hoje é "I was made for loving you - Tori Kelly", do começo do capitulo até a musica acabar.
Boa leitura!
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Bárbara's pov
Solasta (adj.): Luminoso. Brilhante.
As luzes de Boston eram sempre muito intensas durante a noite. Pontos amarelos brilhavam por todos os lados de uma perspectiva distante, mas não o amarelo pálido que se vê por aí e sim um amarelo brilhante, intenso, combinando perfeitamente com o meu estado de espírito inflamado. Havia luz a todo o alcance dos olhos, como uma selva de vagalumes brilhando constantemente no meio da escuridão profunda da noite.
"A dangerous plan, just this time... A stranger's hand clutched in mine.", a música soava baixinho vinda do som do carro que estava sintonizado em uma rádio local. "I'll take this chance, so call me blind. I've been waiting all my life", desviei os olhos das luzes que brilhavam do lado de fora da janela do carro para a luz que brilhava ao meu lado: Carolina Voltan.
Seu cabelo loiro estava levemente bagunçado, resultado ainda das minhas mãos desesperadas atacando-a uma hora antes. Ela segurava o volante com a mão esquerda, dirigindo em linha reta pela auto estrada que levava à ponte de acesso à Cambridge e com a direita, segurava carinhosamente a minha mão, deslizando o polegar carinhosamente por meus dedos. Seus lábios estavam infinitamente mais vermelhos do que de costume e levemente inchados, em consequência dos beijos descontrolados e intensos que havíamos trocado.
"Por que não a deixou continuar, Bárbara? Por que parou?", perguntei a mim mesma, observando-a dirigir, discretamente. "Você gosta dela, você sabe que gosta", meu coração falava mansamente comigo, como uma brisa suava soprando em minha mente.
Enchi os pulmões de ar e soltei lentamente, tentando buscar algum outro alívio para o meu coração recentemente desordenado. Meus olhos, meus inimigos por tantas vezes, fixaram-se nas linhas bem desenhadas da mandíbula de Carolina, que, do meu ponto de vista, pareciam ter uma iluminação própria, quase como de houvessem minúsculas luzes escondidas em seu rosto.
"Please, don't scar this young heart, just take my hand", música continuava soando em um volume forte apenas o suficiente para que eu e Carol a escutássemos intimamente. O trecho fixou-se em minha mente, como um alerta para mim mesma, de que aquele era um pedido do meu coração, sobre o qual eu não tinha consciência até aquele momento.
"Por favor, não deixe cicatrizes nesse jovem coração, apenas segure a minha mão", pensei e involuntariamente suspirei, enquanto encarava o rosto perfeito de Carol. Como se tivesse escutado os meus pensamentos, Carol apertou os dedos em minha mão.
Não trocamos nenhuma palavra no caminho de volta ao meu dormitório. Não precisávamos de sílabas quando o silêncio nos falava com tanta clareza. Nossos corações conversavam em completo entendimento, usando apenas o que sentíamos.
Carol parou o carro exatamente no mesmo lugar onde o havia feito quando fora me buscar, sete horas antes. Ela diminuiu o volume do som até o zero e virou-se para mim.
- Desculpe-me por lhe trazer tão tarde. - ela falou, com extrema educação e um leve pingo de doçura. - A intenção era lhe devolver às onze. - falou, justificando-se.
Franzi o cenho, sem entender exatamente porque ela estava dizendo aquelas coisas, sem entender porque ela estava se justificando por algo que, definitivamente, não necessitava nem de desculpas, nem de justificativas.
- Eu pensei que a intenção fosse não me devolver... - falei quase baixo, mas conseguindo manter um tom de voz razoável.
Carol arregalou levemente os olhos e negou com a cabeça
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Wonderfall - Babitan
Fanfiction"Se a reta é o caminho mais curto entre dois pontos, a curva é o que faz o concreto buscar o infinito." Os amores impossíveis são o caminho mais curto para alcançar o infinito e elas sabiam disso. Carolina queria alcançar o infinito. Bárbara queria...