Ainmhithe

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Bárbara's pov

Ainmhithe (n.): o animal que vive dentro de você, despertando e devorando-lhe.

- Carolina... – falei, quase que em um sussurro.

Carol encarava-me com a expressão extremamente séria, como se não entendesse por que eu estava ali. Então, rapidamente olhou para a jaqueta em suas mãos e depois olhou para mim novamente. Eu acompanhei o seu olhar e, provavelmente, o seu raciocínio.

Nós duas estávamos ali por causa de Gilson.

- Desculpe por isso, eu não sei o que Gilson estava pensando. – Carol disse, deixando a jaqueta em cima de um sofá de couro preto, atrás da grande mesa dos professores.

Eu não fiz nada, apenas dei mais alguns passos para dentro da sala. Carolina, ao contrário de mim, caminhou em direção à porta da sala.

- Aonde você vai? – perguntei assim que ela passou por mim, prestes a sair da sala.
Carol parou, segurando a maçaneta da porta e me olhou por cima do ombro.

- Feliz ano novo, Bárbara. – Ela disse e abriu a porta da sala.

Meu corpo foi tomado por uma sensação incontrolável de possessão e de pertencimento. Um calor incinerante e um frio paralisante consumiam-me da cabeça aos pés, mordendo minhas pernas e subindo pelo meu corpo, até que não houvesse nenhum pedaço de mim que não estivesse latejando e gritando pelo nome de Carolina.

Antes que ela atravessasse a porta, dei passos largos até ela e envolvi meu braço em sua cintura, com força, fazendo-a voltar completamente para dentro da sala e, com a outra mão, empurrei a porta, institivamente, colocando a mão na chave e trancando a porta.

- Bárbara, o que você... – Carolina tentou perguntar e eu a virei rapidamente de frente para mim, fazendo seu corpo chocar-se contra o meu e assim, ela ser impedida de falar.

Meu corpo inteiro era um órgão pulsante. Pulsante de desejo. Pulsante por Carolina.

- Eu quero você Carol. E eu quero agora. – Falei o que o meu corpo e coração gritavam, antes de puxá-la para um beijo profundo do qual eu não pretendia soltá-la.

Senti o peito de Carol chocar-se contra o meu, enquanto ela tentava respirar em meio ao beijo e levei minha mão ao seu rosto, puxando-a para mim e aprofundando ainda mais aquela troca de sentimentos que nos consumia dos pés à cabeça.

Carol passou um dos braços em volta do meu corpo também, apertando-me com mais força do que eu a apertava. A puxei pela sala, até que meu corpo se chocou contra a mesa atrás de mim e eu a virei, pressionando-a contra a mesa.

Nossos corpos eram duas bolas de fogo, consumindo-se, incendiando-se.

A mulher mais velha prendeu meus lábios entre os seus e sugou, chupou, mordeu, dolorosamente devagar e intensamente. Senti suas mãos subindo por minha nuca e seus dedos subindo por meus cabelos, levando os fios todos para o alto até que ela o tivesse todo em sua mão e puxou com força para trás, no exato momento em que chupou a minha língua e eu, em uma resposta desesperada à sensação enlouquecedora, cravei minhas unhas em seus braços e a arranhei desmedidamente. Assim que Carol soltou a minha língua, abocanhei seu lábio inferior e senti sua pele se arrepiar sob minhas mãos.

Encontrei o zíper de seu vestido e o abaixei completamente, deixando suas costas expostas e subi as mãos levemente, tocando sua pele, sentindo-a tornar-se uma só com a minha própria pele.

Os fogos de artifício explodiram no céu e o barulho incessante tomou conta o ambiente, antes, preenchido apenas pelos quase inaudíveis barulhos de nossos toques exasperados.

Wonderfall - BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora