Capítulo 5

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A delegacia estava uma zona. Vários policiais correndo de um lado para o outro, alguns com papéis nas mãos, outros pegando chaves de carros do chaveiro pendurado na parede. Alguns atendiam telefones que tocavam sem parar. Era o pior dia e lugar para se estar.

O homem de pele clara, barba rala e cabelo loiro andava pelos corredores movimentados tranquilamente. Ele não parecia nenhum pouco preocupado.

Abriu a porta do escritório e de cara viu Bright sentado em sua cadeira tranquilamente. Ele não parecia apressado como os outros policiais da delegacia.

—Por que não está correndo por aí como todos os outros? —O homem sorriu e fechou a porta da sala, caminhando até uma cadeira e sentando-se nela.

—Eles cuidam de casos normais da cidade. —Fez pouco caso dos mesmo e sorriu de lado. —Eu fico com os assassinatos e as partes mais interessantes. —Bright fechou o a pasta que olhava e a deixou de lado. —O que veio fazer aqui? —Ele semicerrou os olhos na direção do italino e apoiou os braços sobre a mesa.

—Tem uns dias que a gente não se vê. Fiquei com saudades do meu amigo de bebida. —O homem sorriu ladino enquanto encarava o detetive a sua frente.

—Jorge, Jorge... Eu vou ter que passar esse convite. —O mesmo não disse nada e se levantou de sua cadeira.

—Mas eu não disse nada. —Sua voz soou brincalhona e ele também se levantou de onde estava sentado.

—Foi mal. Eu tenho que terminar de resolver logo um caso. O delegado esta caindo em cima de mim. —Bright fez uma cara de cansado e puxou uma gaveta, pegando a chave do seu carro de lá, que Nat havia lhe entregado mais cedo.

—É aquele mesmo caso? O da Igreja? —Perguntou demonstrando interesse, mas não havia interesse realmente. Era apenas uma máscara.

—Sim. Não temos muitas pistas e as câmeras de seguranças só pegaram um homem encapuzado. —Explicou indo em direção ao criado mudo, pegando sua jaqueta de lá. Ele fez questão de sentir o cheiro que emanava da mesma, se lembrando instantaneamente de Metawin e de seus beijos trocados da noite anterior. Ele se pegou sorrindo feito um bobo e tentou afastar aquela lembranças.

—Vai estar ocupado hoje a noite? Vamos lá em casa beber um pouco. Pode chamar aquele seu assistente engraçado. —Jorge sorriu de lado e se aproximou da porta.

—Vou pensar no seu caso. —Respondeu enquanto puxava o amigo pelo ombro para sair da sala, enquanto os dois sorriram.

Quando saíram da delegacia, os dois se despediram e foram para rumos contrários. Bright caminhou até o estacionamento interno e encontrou Nat parado na frente do seu carro, mexendo em seu celular, esperando por ele.

—Vai estar ocupado mais tarde? Vamos sair para beber. —Ele disse enquanto ainda se aproximava.

—Eu ainda não sei. Estava falando com o Jumin agora. —Disse enquanto guardava seu celular no bolso e ia na direção da porta do carro do lado do passageiro.

—Achei que ia ser caso de uma noite. —Bright franziu o cenho assim parou em frente a porta do carro do motorista.

—Ah, ele é irresistível. —Os dois sorriram e abriram as suas respectivas portas. Assim que se sentou em seu lugar, Bright sentiu algo diferente.

Colocou as mãos sobre o volante e os sentiu mais perto do corpo do que de costume. Pegou no freio de mão e percebeu que sua mão estava mais atrás do que devia. Ele virou o corpo para trás e viu os bancos mais longes do que o normal. Viu o grande espaço que tinha e então percebeu o que havia acontecido.

—Nat... —Ditou o nome alheio com calma e uma voz doce, enquanto olhava para ele de forma ameaçadora.

Este franziu o cenho enquanto tirava sua jaqueta e colocava sobre seu colo.

Epiphany - BrightWinOnde histórias criam vida. Descubra agora