Dezessete

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E você entende agora porque eles perdem a cabeça
E lutam as guerras
E porque eu passei minha vida inteira tentando colocar isso em palavras

- You are in love, Taylor Swift

Sara

1 mês antes da operação

Não é uma boa coisa ter o alvo da sua investigação sentado na sua sala tomando um café.

Pior ainda é ouvir a mulher que você vai mandar para a cadeia dizendo que o filho que ela abandonou fez a escolha correta ao escolher se casar com uma supermodelo, não com o amor da infância dele.

Realmente, meus pontos de vista estão bem esquisitos agora.

Fecho a porta enquanto Helena caminha daquele jeito estranho e esnobe dela pelo corredor, torcendo para que, daqui a um mês, eu não precise mais ver a figura estranha e assustadora dela nesse lugar nunca mais.

Também estou cogitando seriamente me mudar.

Por falar em mudança, não vejo meu irmão a algum tempo. Mais precisamente, desde a última vez em que eu vi a Mônica.

As vezes eu só queria que os meus irmãos não me deixassem de fora das suas vidas. Só as vezes.

Estou devaneando quando uma batida na porta me faz pular.

Olha, mas não morrem mais.

- Oh, quem é vivo sempre aparece, não é?

- Oi para você também, irmãzinha. Como anda tudo aqui? Já conseguiu uma ordem de expulsão do síndico? - Eduardo pergunta, me abraçando apertado e enchendo meu moletom de perfume de rico. Sabe, aquele perfume que você tem certeza que custa mais que o seu salário? de dez anos? Esse é o cheiro do meu irmão.

- Eu estou me comportando bem, Edu, é sério. Não vou te causar problemas - Falo, puxando um Caio carrancudo para um abraço também. Sua barba por fazer pinica o meu pescoço.

- Isso é o que eu chamo de milagre. Vem cá, um alien abduziu a Sara verdadeira no meio da noite e colocou você no lugar? - Ele pergunta, se esquivando de mim com um meio sorriso.

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