Mais uma vez

um

Às vezes você simplesmente não sabe a resposta
Até que alguém fique de joelhos e te pergunte
"Ela teria sido uma noiva tão adorável"
Que pena que ela é fodida da cabeça, disseram
Mas você encontrará a coisa real, em vez disso
Ela vai remendar sua tapeçaria que eu destruí

E segurar sua mão enquanto dança
Nunca te deixar aí parado,
Devastado no patamar
Com problemas insignificantes
O anel da sua mãe no seu bolso
A foto dela na sua carteira
Você não vai se lembrar de todos os meus
Problemas insignificantes

- Champagne Problems, Taylor Swift

A chave não vira na fechadura.

Que ótimo.

Tento novamente enfiar a pequena chave do meu chaveiro de autodefesa na porta e virar, mas ela parece emperrada.

Inferno.

Faltam alguns minutos para que a Carminha de Avenida Brasil se aposse do meu corpinho e comece a gritar inferno no meio da rua se descabelando. Forço o peso na chave e quase caio de cara quando ela se abre com um rangido alto. Puxo as malas com uma mão e pego a caixa que larguei no chão com a outra, o que é a cena mais ridícula que você pode imaginar na sua vida. Meus saltos fazem um puf puf confortável no tapete enquanto analiso meu apartamento novo: conceito aberto, móveis brancos e vários tons de cinza e azul. Minha melhor amiga caprichou muito nas coisas que eu não pude fazer. Fecho a porta, me encolhendo com o maldito rangido que ela insiste em fazer e caio no sofá, deixando todos os meus pertences bagunçados pela sala.

A verdade é que eu não queria voltar para largo das flores. Depois de tudo o que eu fiz, voltar para a minha cidade natal é como ir parar no purgatório com direito a tomar cafezinho com o capeta. Tenho medo do que posso encontrar se ficar aqui mais do que três dias. Sabe por que? As pessoas nunca lidaram bem comigo, com tudo o que eu posso fazer quando fico com raiva, tudo o que posso fazer quando escuto alguém falando dos meus pais, do que posso fazer se encontrar o amor da minha vida andando de mãos dadas com outra na praça como se eu não existisse.